Identificou-se as raízes históricas dos agentes de enfermagem nas práticas sanitárias no Estado de Säo Paulo entre 1900 e 1980. O trabalho da enfermeira foi institucionalizado na organizaçäo das práticas sanitárias paulistas, a partir da Reforma Administrativa da SES-SP em 1969, na Coordenadoria de Saúde da Comunidade, para organizar e sistematizar as açöes de enfermagem, tanto no âmbito da assistência individual como no controle do processo saúde-doença na coletividade. A enfermeira encontrou dificuldades e a resistência de outras categorias profissionais, para implementar o seu projeto de trabalho inserido nas práticas sanitárias deste período. A partir de 1976, a enfermeira teve uma participaçäo efetiva na implantaçäo e implementaçäo da "Programaçäo". Com o modelo, intensifica-se a divisäo técnica do trabalho, sendo a prática de enfermagem desenvolvida por vários agentes, onde cada agente executa uma parcela determinada por um plano de trabalho organizado coletivamente. A enfemeira foi um agente necessário nesta tecnologia de trabalho para treinar, coordenar e supervisionar / controlar os agentes de enfermagem sem formaçäo específica, utilizando como instrumental de trabalho, as técnicas de enfermagem e os princípios administrativos. Constatou-se que a compreensäo da enfermeira, em relaçäo à sua funçäo no processo de trabalho em saúde, restringiu-se aos aspectos da atuaçäo individual e imediata, com ênfase na competência técnica, sem compreender a finalidade de suas açöes na proposta da Programaçäo.