Publication year: 1994
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Instituto de Medicina Social to obtain the academic title of Mestre. Leader: Veras, Cláudia Maria Travassos
Estudo de utilizaçäo sobre a prescriçäo médica. Revisa metodologias concernentes à avaliaçäo de medicamentos e estudos sobre a prescriçäo médica, buscando contribuir com informaçoes sobre a prescriçäo de medicamentos na atençäo primária, importantes locus do uso de fármacos e muito pouco estudado em nosso meio. Avalia a prescriçäo médica, para a populaçäo adulta do Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria (CSEGSF), atendida nas clínicas de adulto, psiquiatria e pré-natal, no período de 22/04 a 30/05/1993.
A qualidade desta prescriçäo é analisada em seus aspectos mais gerais e aprofundada em duas classes de medicamentos:
os benzodiazepínicos e os antiinflamatórios näo esteroidais, tomando como padräo as recomendaçoes presentes no Guia terapêutico ambulatorial 1992/93, elaborado pela Escola Nacional de Saúde Pública. Encontrou-se uma prescriçäo com maior frequência de monodrogas (82,6 por cento) e de fármacos recomendados pelas listas de medicamentos essenciais da OMS (61,6 por cento) e da RENAME/CEME (69,7 por cento) e pelo Guia terapêutico ambulatorial (75,9 por cento) o que indica a prescriçäo de medicamentos eficazes e relativamente seguros, apesar de uma elevada taxa prescritiva (91,6 por cento). Em relaçäo à prescriçäo de benzodiazepínicos, observou-se uma taxa prescritiva de 11,4 por cento. Os fármacos mais prescritos foram o diazepam (54,3 por cento) e o bromazepam (29,1 por cento). Os diagnósticos mais frequentes foram a ansiedade (22,1 por cento) e a hipertensäo arterial (20,4 por cento). O prolongado tempo de uso (55,3 por cento em uso do fármaco há mais de três meses), o näo seguimento do paciente em 20,4 por cento dos pacientes e a ingestäo de cafeína em quantidade moderada e alta em 61,0 por cento dos pacientes foram alguns dos principais problemas identificados. Em relaçäo à prescriçäo de antiinflamatórios näo esteroidais, observou-se uma taxa prescritiva de 14,2 por cento. Os fármacos mais prescritos foram o diclofecano (26,1 por cento) e o ácido acetilsalicílico (21,6 por cento). Os diagnósticos mais frequentes foram a lombalgia (9,3 por cento) e o estado gripal (6,8 por cento). Identificou-se a prescriçäo de fármacos em monodroga näo recomendados ou recomendados com restriçoes pelo Guia terapêutico ambulatorial. Apesar da predominância da prescriçäo de medicamentos considerados eficazes e seguros, foram identificadas algumas inadequaçoes em sua utilizaçäo.