Verificou-se a açäo da poliacrilamida a 4,5 por cento na câmara anterior de 46 coelhos, divididos em 3 grupos: grupo 1- composto de 20 animais onde se avaliou a paquimetria ultrasonica e contagem das células do endotélio corneano; grupo 2- composto de 20 animais onde se avaliou a tonometria de aplanaçäo e a biomicroscopia da câmara anterior e grupo 3- composto de 6 animais onde se avaliou a histologia de cortes realizados em vários planos. O humor aquoso do olho direito foi substituído parcialmente (0,12ml) por poliacrilamida a 4,5 por cento e o do olho esquerdo, no mesmo volume, por soluçäo salina balanceada (olho-controle). A poliacrilamida produziu aumento da espessura corneana semelhante à soluçäo salina balanceada e ambas näo tiveram influência sobre a densidade das células endoteliais. A poliacrilamida está relacionada com hipertensäo ocular nas primeiras 24 horas, com pico entre a 2ª e a 4ª hora de observaçäo. A biomicroscopia e a histologia mostraram que a poliacrilamida está relacionada com maior número de células, maior concentraçäo de proteinas (flare) no humor aquoso e maior hiperemia iriana, em maior número de olhos, com maior intensidade e por tempo mais prolongado que a soluçäo salina balanceada. A poliacrilamida produziu grumos na câmara anterior e sobre a íris além de precipitados retroceráticos e sobre a cápsula anterior do cristalino, provavelmente relacionados com o acúmulo e a condensaçäo da droga. O autor concluiu que a poliacrilamida a 4,5 por cento pode causar aumento da espessura corneana por distúrbio funcional reversível do endotélio corneano, hipertensäo ocular e reaçäo inflamatória na câmara anterior de curta duraçäo, em olhos de coelho, sem deixar sequela ou dano aparente às estruturas intra-oculares.