Avanços obtidos no conhencimento da composiçäo da película adquirida do esmalte devem-se sobremaneira aos estudos "in vitro", que säo baseados na absorçäo das proteínas salivares à hidroxiapatita sintética. As secreçöes das glândulas parotídeas e submandibular/sublinguais tem sido frequentemente usadas como material inicial no estudo da película do esmalte, uma tênue estrutura intimamente aderida ao esmalte dentário. Neste estudo, saliva total foi usada em razäo do esmalte ser exposto "in vivo" a este fluido. O objetivo desta investigaçäo foi determinar a variabilidade de componentes da saliva total absorvidos à hidroxiapatita em um grupo de 18 indivíduos saudáveis. Utilizando os critérios de cromatografia por filtraçäo em gel, análise de aminoácidos e HPLC de fase reversa, observou-se que as películas "in vitro" da saliva total de doadores saudáveis eram caracteristicamente similares. A análise por eletroforese em gel de poliacrilamida mostrou que parte significante dos componentes da saliva total absorvidos eram os mesmos encontrados nas películas da parótida e submandibular/sublingual. Cerca de 10 por cento dos componentes aderidos, contudo, foram únicos à saliva total. Analisando estes componentes pelo método da degradaçäo de Edman observou-se que eram fragmentos proteolíticos das proteínas ricas em prolinas, das cistatinas, da estaterina e das histatinas. Estes resultados indicam que a película adquirida do esmalte contém formas degradadas de proteínas salivares. Também é importante notar que o padräo de similaridade observado entre os doadores sugere que a saliva total pode ser um modelo mais adequado para o estudo da película adquirida do esmalte do que as películas da parótida e submandibular/sublingual