Estudo clínico-epidemiológico do cancer mamário da mulher: Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais 1978-1987

Publication year: 1992
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal de Minas Gerais. Faculdade de Medicina to obtain the academic title of Doutor. Leader:

Foi realizado um estudo clínico-epidemiológico, do tipo caso-controle pareado, sobre carcinoma de mama onde foram selecionados 300 casos e 600 controles com idade de 25 a 75 anos. Constatou-se principalmente, que as pacientes procuravam tratamento para cancer de mama em estágios mais avançados, a maioria apresentava tumores maiores, T2 (40,0 por cento) e T3 (32,3 por cento). Os linfonodos axilares se encontravam acometidos em 48,9 por cento dos casos após estudo anátomo-patológico. O tratamento cirúrgico mais empregado foi a mastectomia à Patey (65,7 por cento); sendo que em 11,3 por cento dos casos foi realizado tratamento complementar com hormonioterapia, em 89,7 por cento a radioterapia e 56 por cento a quimioterapia. O tipo histológico mais comum foi o carcinoma ductal invasor e o lobular invasor.

A análise bivariada condicional mostrou diferenças estatísticamente significativas para:

ser dona de casa, ter menos que seis filhos ou ser nulípara, usar anticoncepcional oral e ter história de cancer de mama em familiar de primeiro grau. As seguintes características funcionaram como fator de proteçäo ("odds ratio" inferior a unidade): cor não branca, renda inferior a um salário mínimo, escolaridade inferior a primeiro grau, ciclos menstruais irregulares, história de aborto, ser hipertensa e ter filhos sem amamentá-los. A análise bivariada não condicional demonstrou que as pacientes que tiveram primeira gravidez ou primeiro parto antes de vinte anos tiveram menor risco para cancer de mama. O uso de estrogênio pós-menopausa não alterou o risco de desenvolvimento da doença.

As seguintes variáveis foram estatísticamente independentes na análise multivariada:

ser dona de casa, ter menos que seis filhos, estar em menopausa, ter história de cancer de mama em familiar de primeiro grau.

Foram fatores de proteção para não ter cancer de mama:

ter ciclos menstruais irregulares e não amamentar. A tábua de vida mostrou uma sobrevida média de 105,7 ñ 4,3 meses para um período de seguimento de 150 meses. As pacientes com estadiamento clínico mais avançado e com presença de metástases sobreviveram menos. O tempo livre de metástase foi de 103,3 ñ 4,1 meses. A causa de morte mais comum entre as pacientes foram as metástases óssea e pulmonar.

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