Utiliza a categoria do gênero como instrumento de análise teórica na discussäo, parte dos elementos e dados da revisäo teórica sobre o trabalho e saúde da mulher, para a aproximaçäo ao mundo do trabalho. A partir da experiência das próprias trabalhadoras foram olhadas as situaçöes que afetam a saúde. Observa as relaçöes estabelecidas entre a saúde e o trabalho da mulher numa indústria farmacêutica do Rio de Janeiro, assim como as características do atendimento médico na empresa. A mulher vem aumentando sua participaçäo no trabalho fabril, sem que isto tenha significado, na maioria das vezes, um alívio nas tarefas domésticas. Alguns estudos mostram como esta dupla jornada se converte em agravo para a saúde da mulher. Por ouro lado, as cargas de trabalho se agravam pelas condiçöes de insalubridade observadas nos ambientes de trabalho. As medidas de proteçäo säo precárias e visam primeiramente proteger os medicamentos e näo a quem trabalha nos laboratórios onde säo produzidos. Ao lado desta realidade, vemos conviver departamentos de atendimento médico das empresas que dificilmente consideram esta situaçäo. O trabalho de campo na indústria farmacêutica se iniciou com o levantamento de informaçöes junto ao sindicato dos químicos do Rio de Janeiro. Posteriormente, utilizamos questionários auto aplicados pelas operárias que nos possibilitaram a obtençäo de dados gerais, que nos foram úteis na elaboraçäo do roteiro da entrevista. As entrevistas näo estruturadas nos permitiram fazer uma análise de caráter antropológico, visando descobrir e mostrar as experiências e opiniöes expressadas pelas entrevistadas e organizar essas informaçöes em tópicos relativos a características do trabalho feminino na indústria farmacêutica, processo de produçäo de medicamentos, relaçöes entre o trabalho e a saúde, ocorrência de acidentes de trabalho, valorizaçäo do atendimento no serviço médico da empresa.