Estudo comparativo da patência coronária e da funçäo ventricular em pacientes com infarto agudo do miocardio tratados precoce ou tardiamente com estreptoquinase
Publication year: 1996
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de Säo Paulo. Faculdade de Medicina to obtain the academic title of Doutor. Leader:
A reperfusao farmacológica da artéria coronária responsável pelo infarto constitui método eficaz, prático e largamente utilizado no tratamento do infarto agudo do miocárdio. Dos trombolíticos disponíveis, destaca-se a estreptoquinase, por apresentar relaçao custo-benefício superior à dos demais. Dentre as recentes extensoes das indicaçoes dessa terapêutica, sobressai o uso em paciente internados tardiamente, untrapassando o retardo de seis horas, anteriormente preconizado como limite para início do tratamento. As informaçoes disponíveis sobre a patência da artéria responsável pelo infarto e sua influência sobre a funçao ventricular em paciente tratados tardiamente sao escassas, assim como nao existem relatos de comparaçoes com pacientes tratados precocemente. O objetivo da presente investigaçoes foi estabelecer e comparar a patência coronária e a funçao ventricular esquerda em paciente tratados com estreptoquinase entre 0 e 6 horas e 7 e 24 horas de evoluçao. A casuística inclui três grupos, avaliados retrospectivamente: grupo A, 177 pacientes tratados com estreptoquinase entre 0 e 6 horas (estudo RAPT); grupo B, 147 pacientes tratados com estreptoquinase entre 7 e 24 horas (estudo EMERAS); grupo C, 161 pacientes tratados com placebo entre 7 e 24 horas (estudo EMERAS), que serviu como controle para os dois primeiros. Os pacientes dos três grupos foram submetidos a cinecoronariografia dentro das duas primeiras semanas de evoluçao. As características demográficas e a evoluçao hospitalar confirmaram que os grupos eram comparáveis. Nos grupos A,B e C foram encontrados, respectivamente: 1) fluxo TIMI 3 de 60 por cento, 63 por cento e 32 por cento (p < 0,0001); 2) fraçao de ejeçao global de 53 + 13,5 por cento, 50 + 13 por cento e 46 + 14 por cento (p < 0,0001); 3) volume diastólico final do ventrículo esquerdo de 144 + 46 ml, 168 + 55 ml e 162 + 58 ml (P < 0,001); 4) volume sistólico final do ventrículo esquerdo de 71 + 40 ml, 89 + 49 ml e 91 + 52 ml (p < 0,001); 5) motilidade da parede do ventrículo esquerdo na regiao central do infarto de -2,25 + 1,27 DP/corda, -2,64 + 1,63 DP/corda e -2,76 + 1,35 DP/corda (p<0,01). Nas análises comparativas das variáveis, duas a duas, verificou-se que o grupo A diferiu significativamente de C, ou de B e C, sendo B e C semelhantes. Determinou-se ainda a funçao ventricular em subgrupos, divididos pelo fluxo coronário e localizaçao do infarto. Nesses subgrupos, a análise da motilidade da parede ventricular na regiao central do infarto, índice que melhor refletiu as diferenças, encontrou os seguintes valores (DP/corda) em A, B e C: TIMI 0-1-2 e anterior: -2,59 + 0,96, -2,97 + 1,19, -2,88 + 0,82 (ns); TIMI 3 e anterior: -2,05 + 1,08, -2,35 + 1,26, -2,17 + 1,23 (ns); TIMI 0-1-2 e nao-anterior: -2,67 + 1,47, -3,37 + 2,86, -2,85 + 1,09 (ns); TIMI 3 e nao-anterior: -1,92 + 1,36, -2,32 + 1,08, -3,08 + 1,00 (p < 0,01). Quando comparados, observaram-se