Investiga o processo de encaminhamento da criança para avaliaçäo psicológica, questionando a ideologia subjacente aos mecanismos institucionais, que perpassam o cotidiano das escolas públicas, nas quais problemas de ordem institucional ou pedagógico freqüentemente säo transformados em problemas de saúde mental da criança (patologizaçäo). Também examina a inter-relaçäo entre a avaliaçäo psicológica e a produçäo do fracasso escolar. Os Ss säo 139 alunos de 22 escolas estaduais da 14ª DE-SP. O processo de avaliaçäo utilizado nas escolas, consistiu em: pesquisa da história escolar das crianças, características de suas salas de aula, os bastidores do encaminhamento, as versöes das professoras, pais e crianças e os efeitos das açöes da escola sobre as crianças e a expectativa da escola em relaçäo ao trabalho do psicólogo. Aponta que as justificativas utilizadas para o encaminhamento para avaliaçäo estavam relacionadas em 18 porcento dos casos a questöes institucionais e em 82 porcento a motivos individuais, sendo que destes últimos 84,2 porcento näo apresentaram, durante o estudo, as atitudes referidas pelas professoras como justificativas para o encaminhamento. Os resultados indicam associaçäo estatisticamente significante entre a possibilidade de discutir o trabalho com as professoras e a alteraçäo das relaçöes e histórias escolares, criando estratégias na problematizaçäo da história escolar dessas crianças e nos encaminhamentos