Propöe o uso do comportamento de auto-limpeza do gato doméstico como caractere filogenético, por se tratar de comportamento muito estereotipado e de pequena labilidade. Levanta o etograma de auto-limpeza do gato, através de repertório baseado em posiçöes e direçöes da pata dianteira. Os Ss säo gatos domésticos adultos vivendo em colônias de, no mínimo 4 indivíduos, sem distinçäo de sexo ou raça.

Utiliza dados filmados principalmente em 2 colônias:

1) 30 animais adultos, situado próximo ao Refeitório Central na Cidade Universitária (SP); 2) 6 animais adultos e alguns filhotes situado em residência particular em Assis (SP). Utiliza o método das árvores orientadas da Teoria dos Grafos, apontando as rotas mais prováveis deste tipo de comportamento. A análise destas rotas reforçam a impressäo de alta estereotipia seqüencial de auto-limpeza: sendo que existem apenas alguns arranjos seqüênciais que apresentaram simetria bilateral. Aponta momentos de incerteza na seqüência, indicando que os momentos de mudança do estado interno säo variados. Exemplifica com a protraçäo da língua para baixo (PLB), que pode anteceder surtos de limpeza labial, facial, corporal ou comportamentos finalizadores de limpeza. Os arranjos seqüênciais mais estereotipados de outras espécies de felinos (F. Bengalensis, F. Geoffrogi, F. Temmincki, F. Tigrina, F. Serval e Linx caracol) foram usados para definir 118 caracteres filogenéticos, atráves do uso da metodologia cladista construindo um único cladograma com estes dados. Compara-o com outros produzidos com dados morfológicos, encontrando pouca congruência entre os dados comportamentais e morfológicos. No entanto, a análise das características de ambos os conjuntos de dados usados e os cladogramas construídos, dada a sua consistência e maior resoluçäo, confirma a validade do uso do comportamento de auto-limpeza no estudo da filogenia dos felinos