Investiga as proposiçöes de grupos ecologistas e ecofeministas cariocas com base na teoria das representaçöes sociais de S. Moscovici e D. Jodelet relacionando-as à história e às ciências sociais.

A pesquisa compreendeu 3 etapas:

1) contextualizaçäo de dois campos de forças, através de entrevistas com informantes privilegiados e pesquisa das raízes do imaginário brasileiro quanto ao meio natural, focalizando momentos históricos determinantes para a sua formaçäo; 2) observaçäo de 2 grupos ecologistas e 2 organizaçöes näo-governamentais ecofeministas (de 2 a 6 meses cada um), com abordagem etnográfica e análise de conteúdo dos seus materiais de difusäo; 3) entrevistas com 10 pessoas de cada grupo ecologista e 7 ecofeministas.

Conclui através de comparaçäo de resultados que:

um grupo privilegia a natureza, enquanto os outros, a espécie humana. As ecofeministas atribuem à mulher o monopólio dos valores redentores, enquanto outro grupo nega a separaçäo natureza/cultura. A forma da relaçäo humana com a natureza presidiria a organizaçäo destas representaçöes. A modificaçäo das representaçöes indica sua mobilidade e sua historicidade, bem como o seu papel na constituiçäo da identidade grupal. Também aprofunda a relação entre representaçöes sociais, produçäo do conhecimento e psicologia das minorias ativas, bem como a questäo da diferença, discutindo propostas teóricas recentes, em sintonia com posiçöes dos grupos.