As teorias sobre a relaçäo mäe-filhote em primatas näo-humanos atribuem à mäe um papel importante e decisivo no desenvolvimento do filhote. Este estudo tem por objetivo analisar o processo de independência do filhote de macacos-aranha, espécie de macaco do Novo Mundo.

Procura determinar:

a) como e quando ocorre a independência em filhotes de macacos-aranha; b) quem é o responsável pela iniciativa da separaçäo na díade; c) em quais áreas ocorre conflito entre mäe-filhote; d) quais as soluçöes encontradas para os conflitos. Os Ss säo 8 díades (sendo 4 filhotes machos e 4 fêmeas), observadas durante os 2 primeiros anos de vida, no Parque Zoológico de Säo Paulo. Filma 14h em vídeo, com o objetivo de fazer análises qualitativas mais detalhadas das interaçöes. Analisa os dados através da ANOVA e índice Hinde (1970). Constata diminuiçäo gradativa no contato mäe-filhote, a partir dos 6 meses, sendo o filhote o responsável pelas iniciativas de afastamento e de contato. O contato físico e a amamentaçäo foram as principais áreas de conflito. A mäe näo é agressiva com o filhote, mas esquiva-se dele e às vezes o ameaça. As ®tias» tiveram um papel importante durante o conflito, como apaziguadoras. A intensidade do conflito foi maior para os filhotes machos, pois as fêmeas permanecem mais tempo junto das mäes. A diferença de investimento parental e conflito entre os filhotes machos e fêmeas, pode ser explicada através das chances reprodutivas, com as fêmeas demandando maiores cuidados, pois elas deixam o grupo na época de reproduçäo, enquanto os machos permanecem formando um grupo coeso