Práticas sexuais de mulheres de parceiros infectados pelo HIV: contribuiçöes acerca da cadeia epidemiológica da transmissäo do HIV/AIDS

Publication year: 1997
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Doutorado em Filosofia de Enfermagem to obtain the academic title of Doutor. Leader:

O trabalho efetuado tem o objetivo de contribuir para a reflexäo sobre as práticas sexuais de mulheres de parceiros infectados pelo HIV, proporcionando subsídios acerca da Cadeia Epidemiológica da transmissäo do HIV/AIDS. Fatores de risco comportamentais foram analisados mantendo um olhar atento para os demais que a eles se relacionam. Em se tratando de sexualidade, assunto ainda incipiente nos "estudos científicos", principalmente os conduzidos por enfermeiros, foi necessário obter informaçöes dos membros dos grupos, por meio de entrevistas individuais. A populaçäo escolhida foi a que freqüentou os Ambulatórios para diagnóstico e tratamento de DST/AIDS, existentes em Florianópolis, no período de 01 de junho de 1995 a 01 de abril de 1996. Foram selecionadas mulheres com o conhecimento de serem seus parceiros infectados pelo HIV e estarem convivendo sexualmente com eles num período mínimo de seis meses. Foram entrevistadas 40 (quarenta) mulheres: 24 (vinte e quatro) mulheres soropositivas e 16 (dezesseis) mulheres soronegativas, com dois ou mais testes de Elisa e Imunoflorescência para pesquisa de anti-HIV. A pesquisa foi dirigida aos aspectos das práticas sexuais enfocadas no conceito de sexo seguro do Ministério da Saúde do Brasil, antes e depois das mulheres terem conhecimento dos resultados dos seus exames de laboratório e/ou de seus parceiros. No estudo foram incluídas as três práticas sexuais largamente difundidas, sexo oral, vaginal e anal, como meio de contaminaçäo para o HIV além de perguntas relacionadas ao uso de condom; ao orgasmo; ao uso de anticoncepcional oral; à história de lesäo de colo de útero e prevençäo de câncer e à história de DSTs. As respostas obtidas revelaram que as práticas sexuais com parceiros soropositivos, antes e depois do resultado dos exames de laboratório, diferiam. Os achados ampliaram minhas inquietaçöes acerca do porquê os registros estatísticos do Ministério da Saúde, demonstram que os casos de HIV/AIDS têm aumentado consideravelmente em todas as regiöes do Brasil, através da contaminaçäo sexual entre heterossexuais sem outra causa associada. A perspectiva da vida sexual revelada pelas mulheres componentes do estudo é diferente da que tradicionalmente se espera após a adoçäo de campanhas de prevençäo a doenças, particularmente as de alta letalidade.

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