Publication year: 1997
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de Säo Paulo. Instituto de Psicologia to obtain the academic title of Professor Livre Docente. Leader:
Este trabalho parte do pressuposto que corpo e mente influenciam-se mutuamente em todo o processo do adoecer, da instalaçäo do mal até a reabilitaçäo. Esse contínuo näo pode ser desvinculado da realidade social onde está inserido. Deste cenário fazem parte a família e também o hospital. A importância da integraçäo do corpo de conhecimentos da Psicologia como profissäo torna-se inquestionável. Resta detalhar essa atuaçäo na instituiçäo hospitalar.
É dado enfoque a várias possibilidades:
à vinculaçäo aos aspectos referentes a seleçäo, avaliaçäo de desempenho e desenvolvimento de recursos humanos; à leitura institucional das relaçöes profissionais e, a atençäo clínica voltada ao doente e seus familiares. Abordando esta última área, a tarefa do psicólogo clínico deve ser consoante com as tarefas maiores do hospital: assistência, pesquisa e ensino. Sua primeira dificuldade assistencial será a diferenciaçäo do que é normal e patológico nas reaçöes observadas durante o percurso do doente nas diferentes unidades da instituiçäo. Basicamente, a reaçäo "psicopatológica" resulta de um distúrbio de personalidade e a "näo-patológica" está mais sujeita a variabilidade de fatores situacionais e individuais. Mas os diferentes locais do hospital exigem diferentes potenciais adaptativos do enfermo, quase que independentemente da patologia orgânica que se apresenta. Como o indivíduo, a família e o meio estäo em constante relaçäo mútua propöe-se atençäo psicológica aos parentes próximos, bem como orientaçäo à equipe sobre estes aspectos. A inserçäo do psicólogo na equipe multiprofissional reveste-se mais da responsabilidade e seriedade com que desenvolve seu papel do que baseada em conflitos conceituais sobre status e funçäo. A sequência lógica é a discussäo se o psicólogo está habilitado e gabaritado para a atuaçäo em hospitais. Remetemo-nos aos aspectos tanto da graduaçäo quanto a eduaçäo continuada, reciclagem, quanto a características e necessidades mínimas tanto do psicólogo que se forma assim como do docente e do supervisor das atividades práticas. Após a revisäo de uma década (1987-1997) das atividades do psicólogo clínico nos hospitais do Brasil, observa-se que houve um grande avanço nesse tipo de desempenho profissional. Contudo, há vários aspectos ainda, que devem ser implantados e outros, revistos mais profundamente e desenvolvidos com rapidez e urgência.