Este trabalho tem como pressuposto básico reconhecer o significado da doença diarréica e desidrataçäo dado por médicos e mäes de crianças menores de cinco anos, de duas unidades de saúde, do município de Säo Paulo. Para o estudo foram entrevistados todos os médicos da unidades e 27 usuárias. Todos os entrevistados foram convidados a participar deste trabalho, sendo dadas as explicaçöes necessárias e acessíveis para a compreensäo dos objetivos e metas a serem atingidos pela pesquisa. Encontra-se nas unidades, profissionais muitas vezes distantes de orientaçöes preconizadas pelo Programa de CDD/TRO, utilizando-se de diretrizes técnicas que apesar de suporem serem preconzadas por ele, muitas vezes, eram conflitantes com suas normas. Observa-se uma distância notável entre a fala dos médicos e as próprias diretrizes da TRO, demonstrando que os ensinamentos näo foram eficientemente assimilados. Quanto ao programa em si, conlui-se que dá excessiva ênfase à prevençäo das complicaçöes da doença diarréica, deixando para um plano secundário a prevençäo da própria diarréia. Considera-se que o Programa teria melhor desempenho mudando sua ênfase para o conjunto dos fatores que determinam as condiçöes de saúde, e näo sobre as condiçöes de saúde, já instaladas. A tática de açäo deste Programa ao se concentrar em orientaçöes educativas estandartizadas, näo consegue penetrar no universo cultural das mäes e provocar uma mudança de hábitos. Na análise das falas, observa que o "treinamento de multiplicadores", a principal estratégia usada para a implantaçäo do CDD/TRO, é inadequado para o que se propöe, por ser um instrumento único e padronizado