Ultimamente o tatu (Dasypus novemcinctus) tem despertado crescente interesse para pesquisas na área biomédica em virtude da potencialidade que representa como modelo animal, capaz de reproduzir experimentalmente a hanseníase. O agente dessa doença era, até entäo, considerado parasita exclusivo do homem. Considerando que os escassos conhecimentos sobre características biológicas do tatu tem se constituído em importante obstáculo para o desenvolvimento das pesquisas envolvendo esse animal, o presente trabalho procurou esclarecer alguns aspectos anatômicos sobre os ramos terminais da aorta abdominal (aorta abdominalis). Nessas condiçöes foram descritas a origem, trajeto, relaçöes e ramificaçöes das artérias ilíaca externa (a. iliaca externa), ilíaca interna (a. iliaca interna) e sacral mediana (a. sacralis mediana) do tatu (D. novemcinctus). Foi enfatizado o arranjo em feixe constituído por cerca de 40 ramos da artéria sacral mediana que emergiam abruptamente e descreviam trajeto junto à superfície ventral do corpo das vértebras sacrais. Foi discutida a possibilidade dessa formaçäo participar dos mecanismos reguladores de temperatura corporal do tatu através do circuito térmico originado pelo sistema de multiplicador de contracorrente. Esse mecanismo era resultante da disposiçäo em paralelo das artérias e veias que essa estrutura apresentava. Histologicamente esses vasos dispostos em feixe caracterizavam-se como artérias musculares de médio calibre.