O objetivo deste trabalho é estudar a eficiência de uma neurorrafia látero-terminal e/ou término lateral.

Realizamos experimentaçäo em 37 ratos assim distribuídos:

grupo A (20 ratos), tiveram o nervo fibular seccionado e o coto distal saturado na face lateral do nervo tibial, após feitura de pequena janela no epineuro; grupo B (8 ratos), mesmo procedimento do grupo A, exceto que näo foi realizada a janela no epineuro; grupo C (9 ratos), tiveram o nervo fibular seccionado e o coto distal implantado dentro do músculo adutor, ficando pararelo ao nervo tibial, e distando 1 cm deste, tendo recebido um enxerto de nervo suturado na face lateral do nervo tibial e na face lateral do coto distal do nervo fibular, unindo estes dois nervos, após feitura de janela no epineuro em ambos. Estes procedimentos foram realizados no lado direito. O lado esquerdo foi usado como controle de normalidade na metade dos animais de cada grupo e de desnervaçäo na outra metade. Para a desnervaçäo fizemos a secçäo e inversäo dos cotos do nervo fibular. Obtivemos assim músculos tibiais craniais desnervados e normais no lado esquerdo e reinervado via neurorrafia látero-terminal no lado direito. Após 7,7 meses os animais foram submetidos a testes eletrofisiológicos, sacrificados e nervos e músculos estudados histologicamente. O grupo A apresentou resposta muscular positiva em 90 por cento dos casos, o grupo B em 75 por cento e o grupo C em 44,4 por cento. O coto distal do nervo fibular apresentou média de 731 fibras nervosas para o grupo A, 414 para o grupo B, 1252 para o grupo C, 1828 para o controle normal e 1730 no segmento de nervo enxertado no grupo C. Quanto às medidas das áreas do músculo tibial cranial reinervado, obtivemos em u2 no grupo A1, 1617, 81 para M2n e 1579, 19 para M2d, no grupo B, 841,30 para M2n e 1798,33 para M2d e no grupo C, 1045, 31 para M2n e 1476,00 para M2d. Concluímos que a neurorrafia látero-terminal é funcionante, conduzindo o estímulo elétrico e permitindo a passagem dos axônios para regenerar nervo suturado lateralmente; a presença do epineuro näo impede a regeneraçäo axonial nem a passagem do estímulo elétrico; duas suturas consecutivas, sendo uma látero-terminal e outra término-lateral, permitem a regeneraçäo axonial e a passagem do estímulo elétrico; estes resultados demonstram a possibilidade da utilizaçäo desse tipo de neurorrafia na recuperaçäo de lesöes nervosas quando só se dispöe de um coto distal, podendo-se obter reinervaçäo deste coto...