Estuda o controle e a alta incidência de silicose entre os trabalhadores na indústria naval no Estado do Rio de Janeiro, desencadeada a partir da denúncia de um único trabalhador, deu início a um processo de vigilância em saúde que vem rompendo com o modelo burocrático e ineficiente historicamente estabelecido. Da indignaçäo dos trabalhadores com a omissäo das empresas e a conivência do Estado, nas questöes afetas à saúde decorrente da organizaçäo e o processo de trabalho, ao envolvimento de um amplo espectro institucional, que mobiliza de Sindicato de Trabalhadores ao Ministério Público do trabalho, tem sido possível construir uma prática que permite ampliar as discussöes a este respeito, e portanto, abrindo uma perspectiva com a possibilidade de algum resultado mais efetivo na soluçäo de tais problemas. Neste contexto, que se constrói um novo modelo de vigilância em saúde do trabalhador, realizou-se este estudo, que busca discutir as condiçöes em que se executam as atividades de pintura em um estaleiro no Estado do Rio de Janeiro, a partir de elementos relacionados ao inquérito de morbidade, exames clínicos, avaliaçäo de indicadores biológicos de exposiçäo e exames laboratoriais e análises clínicas complementares - e à avaliaçäo ambiental - através de amostras coletadas em diferentes situaçöes de trabalho - assim como à percepçäo dos trabalhadores quanto a seu mundo laboral. A articulaçäo institucional envolvendo instituiçöes públicas, sindicatos de trabalhadores e a própria empresa constituiu-se em elemento fundamental para viabilizaçäo de todo o trabalho. A partir desta articulaçäo foi possível também constituir uma equipe profissional de caráter interdisciplinar, que elaborou e executou as intervençöes no interior do estaleiro, em três diferentes fases no intervalo de aproximadamente um ano.