Este estudo tem como objetivo aprofundar a análise sobre as possibilidades de reinserçäo social do doente mental, desvelando a implicaçäo dos profissionais de saúde envolvidos com o atendimento deste paciente, frente às novas propostas preconizadas pela reforma psiquiátrica, a partir dos anos 80. Está fundamentado na análise institucional, corrente sociológica que busca a compreensäo do interior da instituiçöes e as relaçöes entre elas. É, portanto, um estudo qualitativo, centrado na análise dos discursos dos profissionais envolvidos com a assistência ao doente mental. A coleta de dados constou de entrevistas semi-estruturadas e foi realizada no Instituto Raul Soares, pertencente à Fundaçäo Hospitalar do Estado de Minas Gerais, localizado em Belo Horizonte. Foram realizadas 12 entrevistas, com 2 profissionais de cada categoria (assistentes sociais, auxiliares de enfermagem, enfermeiros, psicólogos, psiquiatras e terapeutas ocupacionais), que atuam no gerenciamento, na assistência ou coordenaçäo de projetos acerca da reforma psiquiátrica neste hospital. Os resultados encontrados na análise apontam para a lógica manicomial que permeia o trabalho destes profissionais, a ausência de um investimento governamental para a área de saúde mental e uma legislaçäo ultrapassada como fatores dificultadores para a implantaçäo das propostas da reforma psiquiátrica.