O presente estudo tem como objetivo compreender o que significa para a criança estar na creche. Foi realizado a partir de uma abordagem qualitativa, tendo como foco central a fala das crianças na faixa etária de três a seis anos que vivenciam a experiência em uma creche na cidade de Feira de Santana, no interior baiano, que atende a famílias de baixa renda. Foram trabalhados dados primários coletados pela pesquisadora no ambiente interacional da criança a partir da observaçäo participante, entrevista semi-estruturada e fotografias, no período de julho de 1994 a julho de 1995, e utilizado a análise de conteúdo, como referencial teórico foram utilizadas obras dos autores Janusz Korczac, Arnold Gesell, e Lev Semenovictch Vygotsky, Pierre Vayer e Jean Piaget e outros.

O estudo consta de dois momentos:

1. construçäo do cotidiano das crianças, e 2. apreensäo do significado da experiência. Os dados mostraram ser a vivência na creche uma experiência valiosa para as crianças do estudo. O ambiente, em termos de estrutura física, juntamente com as estruturas relacionadas, contribuíram para validade da experiência apesar da escassez material do equipamento e da pouca estimulaçäo por parte do adulto. As crianças aprovam a creche e têm dela um conceito näo apenas de "guarda" mais também de espaço-ambiente. Consideram como aspecto de grande relevância nessa experiência o suprimento de necessidades básicas, como alimentaçäo, hidrataçäo, repouso, lazer e execuçäo de atividades pedagógica do tipo "fazer dever". Esse estudo contribui para a ciência na medida em que nos leva a conhecer o que representa a creche para as crianças em fase de desenvolvimento acelerado e nos induz a repensá-la em sua verdadeira funçäo, a fim de que desempenhe um papel essencial no desenvolvimento pessoal e social da criança