Compara os dados de demanda ambulatorial de um programa de saúde infantil com os dados de morbidade referida coletados a partir de um inquérito domiciliar em área residencial de Embu (SP), a fim de investigar se as duas medidas podem se equivaler, conhecer o potencial da morbidade de demanda como instrumento de reconhecimento das necessidades da populaçäo. Levantou-se os dados de morbidade das consultas ambulatoriais de menores de 1 e entre 1 e 4 anos completos das UBS Sta Emília e Sto Eduardo. Calculou-se freqüência relativa (morbidade proporcional) dos problemas de saúde mais freqüentes - doenças respiratórias, diarréia, transtornos na pele e outras doenças infecciosas ou parasitárias. Levantou-se a morbidade referida de 15 dias e extraiu-se desse levantamento as informaçöes de prevalência das doenças em estudo, com intervalos de confiança (95 por cento), nos grupos etários de menores de 1 ano e de 1 a 4 anos. Extrapolou-se as freqüências relaticas encontradas nos dados das UBS para a proporçäo de crianças que adoeceram no mesmo período, índice apontado no inquérito domiciliar. Aos resultados obtidos compararou-se as prevalências encontradas no estudo de morbidade referida. Conclui-se que administradores de saúde poderäo valer-se de seus próprios registros de morbidade para inferir o perfil de morbidade da comunidade. A epidemiologia pode ser um instrumento complementar às atividades de gestäo de serviços de saúde, mas que sua aplicaçäo näo substituirá a competência interna do campo da administraçäo