A liberaçäo de flúor dos cimentos de ionômero de vidro, tem sido avaliada em água e ou saliva, em condiçöes estáticas desvinculadas dos conceitos atuais de mecanismo de açäo do flúor. Assim, restauraçöes de 4 mm² foram realizadas na superfície oclusal de 25 dentes pré-molares com os cimentos de ionômero de vidro, Chemfil II, Chelon-Fil e Chelon-Silver tendo o amálgama de prata como controle. Os dentes foram isolados com cera deixando exposta a restauraçäo e uma área de esmalte de 7 mm² na face vestibular. Estes dentes foram submetidos a 15 ciclagens de desmineralizaçäo (Des) e remineralizaçäo (Re), simulando alto desafio cariogênico. As ciclagens de Des foram de 6 horas, as de Re de 17 horas. As soluçöes foram renovadas após cada ciclagem e o íon flúor determinado nas mesmas com eletrodo específico Orion 96-09. Ao final das ciclagens avaliou-se flúor incorporado removendo-se com ataque ácido camadas de esmalte e determinando-se nas mesmas íon, flúor e fósforo. Os resultados mostraram grande liberaçäo de flúor durante as primeiras ciclagens, sendo maior durante os períodos de Des em relaçäo a Re, tentendo a se estabilizar e se inverter em funçäo do tempo e o tipo de material. O material que liberou flúor mais intensamente foi ChemFil II. Observou-se que flúor liberado incorporou-se no esmalte até uma distância de aproximadamente 20-30µm da superfície, sendo que o ChemFil II apresentou melhor desempenho que os demais. Tendo em vista que os cimentos de ionômero de vidro quando submetidos aos fenômenos de Des-Re flúor se incorpora no esmalte, conclui-se que este material tem propriedades para controlar o desenvolviemnto de cáries secundárias mesmo em condiçöes de alto desafio cariogênico