Metabolismo protéico no pênfigo foliáceo endêmico: avaliaçäo estática e cinética (15N-glicina) em doentes em jejum ou alimentados, na presença ou näo de corticoterapia sistêmica
Publication year: 1996
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Estadual Paulista \"Júlio de Mesquita Filho\" to obtain the academic title of Doutor. Leader:
Com o objetivo de verificar as conseqüências do pênfigo foliáceo e do tratamento com corticosteróides sobre o estado nutricional e metabolismo protéico dos seus portadores, foram avaliados oito doentes, com média de idade de 37 ñ 19,9 anos, a maioria do sexo feminino (n=6) e de cor branca (n=6), sendo quatro com a forma localizada da doença e quatro com a forma disseminada da mesma, sem comprometimento importante da filtraçäo glomerular e da funçäo hepática. Durante o período de estudo de onze dias, todos os doentes foram submetidos ao protocolo dietético, composto de jejum (DO), seguido de dez dias com dieta oral regional completa, oferecendo 1,8g de proteína e 46 kcal/kg/dia, na ausência (D1) e na presença (D1+C) de 40 a 60 mg/dia de prednisona. Foram realizadas avaliaçöes clínicas, hematimétrica (hematócrito, hemoglobina, velocidade de hemossedimentaçäo, leucócitos e linfócitos totais), dietética (ingestäo alimentar), antropométrica (peso, altura, circunferência de membros e pregas cutâneas), de proteínas (albumina, transferrina, transtiretina, proteína ligadora do retinol e ceruloplasmina) e de aminoácidos (N-amínico, triptofano e tirosina) plasmáticos e cinética da 15N-glicina (dose única, via oral usando o 15N-NH3 urinário em nove horas como produto final), em D0, no último dia de D1 e D1+C. Metade dos doentes apresentaram algum grau de desnutriçäo protéico-energética, 75 por cento deles portadores da forma generalizada da doença. Houve associaçäo entre os doentes clinicamente mais graves, com os piores níveis de desnutriçäo protéico-energética. O comprometimento hematimétrico com leucocitose, VHS elevado e hematócrito e hemoglobina diminuídos, foi mais prevalente que a desnutriçäo protéico-energética e o mau estado clínico. Os indicadores antropométricos mostraram, em idênticas proporçöes, déficit de massa magra, de adiposidade, eutrofia e sobre-peso-obesidade. As proteínas plasmáticas indicaram déficit protéico visceral nos doentes com desnutriçäo protéico energética grave a moderada e atividade inflamatória em um doente eutrófico. As alteraçöes dos indicadores estáticos e dinâmicos do metabolismo protéico global, nas situaçöes de jejum e alimentado, sugerem estado de hipercatabolismo nos doentes. A corticoterapia mostrou-se ineficaz no período de sete dias, na normalizaçäo clínica, hematimétrica e nutricional dos doentes...