A mäe jovem e seu primeiro bebê

Publication year: 1998
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de Säo Paulo. Instituto de Psicologia to obtain the academic title of Doutor. Leader:

Esta tese foi baseada em orientaçöes contraditórias sobre aleitamento recebidas por uma puérpera, vindas, de um lado, da equipe profissional, e de outro, de uma faxineira presente em uma enfermaria de uma maternidade pública da periferia de Säo Paulo.

Os objetivos foram constatar:

quem realiza os cuidados cotidianos do primeiro bebê de uma mäe jovem, como ela percebe nesta funçäo, em quem se apoia na execuçäo destes cuidados, com quem se orienta, e quem ela acredita entender de desenvolvimento da criança. Utilizou-se as teorias da evoluçäo e etológico-interacionista, com o conceito de adaptaçäo homem-ambiente como guia. Introduziu-se as questöes históricas, do meio social e físico. A metade das avós maternas da populaçäo pesquisada nasceram no norte/nordeste, regiöes predominantemente agrárias, onde há uma tradiçäo de início precoce de constituiçäo de novos núcleos familiares. A populaçäo entrevistada foi dividida em um grupo que coabita com o pai do bebê e um que näo coabita. O primeiro tende a morar em ®local» separado. O segundo tende a coabitar na residência de sua própria mäe. Demonstra-se que as mäes jovens, de ambos os grupos, säo as responsáveis pelos cuidados práticos do bebê e que declaram näo encontrar dificuldades para desempenhar estas tarefas. As que näo coabitam com o pai, mas com a própria mäe, concentram nesta pessoa a origem da ajuda recebida quanto aos cuidados e às orientaçöes, e as percebem como quem mais entende do desenvolvimento da criança. As que coabitam com o pai do bebê em outra casa, percebem-se mais competentes e se referenciam menos em suas mäes quanto às orientaçöes, ampliando o número de pessoas que cumprem esta funçäo, situaçäo em que o pediatra começa a aparecer. A mesma tendência ocorre, neste grupo, em relaçäo a quem elas acreditam ser quem mais entende de desenvolvimento da criança. A esperança é que estas informaçöes sejam úteis para as equipes multiprofissionais dos programas públicos de saúde, especialmente os preventivos, como uma contribuiçäo da psicologia para o desenvolvimento cognitivo e emocional dos bebês,através da instrumentalizaçäo mais eficaz de seus cuidadores

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