O presente trabalho teve como objetivo analisar as contradiçöes existentes entre o discurso oficial e a prática em Planejamento Familiar nos serviços públicos de saúde de Joäo Pessoa, a partir do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM). Partiu-se do pressuposto de que a política de planejamento Familiar proposta pelo PAISM é negada a nível local, uma vez que há um grande distanciamento entre o discurso oficial e a prática. A investigaçäo iniciou-se pela reconstituiçäo histórica das políticas de saúde no Brasil, e em seguida foram realizadas entrevistas no sentido de caracterizar a política de Planejamento Familiar a partir do discurso e das prática concreta dos profissionais e usuárias inseridos no programa. Através da análise dos dados, concluiu-se que, em Joäo Pessoa, o Planejamento Familiar näo existe enquanto política pública de saúde. É desenvolvido através da açäo da BEMFAM a partir de uma ótica utilitarista, negando a regulaçäo da fecundidade enquanto direito de cidadania