Avaliaçäo do estado nutricional da populaçäo Xavánte de Säo José, Terra Indígena Sangradouro - Volta Grande, Mato Grosso
Publication year: 1998
Theses and dissertations in Portugués presented to the Escola Nacional de Saúde Pública to obtain the academic title of Mestre. Leader:
Descreve o crescimento físico e a epidemiologia da anemia na populaçäo Xavánte da aldeia de Säo José, Terra Indígena Sangradouro - Volta Grande, Mato Grosso. O inquérito antropométrico inclui medidas de massa corporal, estatura (ou comprimento), circunferência braquial e dobra cutânea tricipital de 546 indivíduos de 0 a 90 anos. A prevalência e a distribuiçäo da anemia foram determinadas a partir da dosagem de hemoglobina, realizada em 238 indivíduos desta mesma populaçäo. A avaliaçäo do estudo nutricional de crianças e adultos revela que entre os adultos já säo comuns casos de obesidade, enquanto entre as crianças a desnutriçäo protéico-energética é um problema freqüente. Quando comparadas à populaçäo-referência do NCHS, as crianças Xavánte säo pequenas em termos de estatura para a idade, mas apresentam uma proporçäo adequada entre massa corporal e estatura. De acordo com os critérios da Organizaçäo Mundial de Saúde (WHO, 1995), 31,7 por cento dos menores de 5 anos apresentam baixa estatura para a idade e seriam, portanto, diagnosticados como desnutridos. A comparaçäo com a populaçäo brasileira revela médias de estatura bastante próximas e mesmo superiores às brasileiras, particularmente a partir dos 5 anos de idade. Diante das precárias condiçöes sanitárias e da elevada prevalência de doenças infecto-parasitárias observadas na aldeia, podemos atribuir os déficits estaturais a uma elevada prevalência de desnutriçäo protéico-energética. Por outro lado, 71,7 por cento da populaçäo adulta apresenta algum grau de sobrepeso. Ao contrário das crianças, os adultos apresentam medidas de composiçäo corporal geralmente superiores às medianas do NCHS. A anemia afeta grande parte da populaçäo de Säo José. O grupo etário mais atingido é o das crianças abaixo de 10 anos, seguido pelas mulheres em idade reprodutiva, com prevalências de 73,8 por cento e 29,4 por cento, respectivamente.