Investiga a relaçäo entre níveis de renda e de escolaridade e obesidade feminina em diferentes regiöes brasileiras. A amostra foi constituída por 11.623 mulheres com idade entre 25 e 64 anos pertencentes à Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutriçäo realizada em 1989. Trata-se de um estudo transversal, de base domiciliar, com amostra probabilística de abrangência nacional que permite análises independentes nas áreas urbanas e rurais das cinco macrorregiöes brasileiras. No diagnóstico de obesidade, utilizou-se o Indice de Massa Corpórea (IMC) com o ponto de corte de 27,3 Kg/m2. A variável renda foi representada pela renda mensal domiciliar "per capita" em dólares americanos e a escolaridade pelo número total de séries concluídas. Para investigar a associaçäo entre obesidade e escolaridade e renda, empregou-se a técnica de regressäo logística, construindo-se modelos específicos em cada uma das regiöes, área urbana e rural. Observa que nas áreas urbanas a ocorrência da obesidade tende a estar associada tanto com o nível de renda, quanto com o nível de escolaridade, com exceçäo da Regiäo Sudeste. A influência dessas duas variáveis, nas demais áreas urbanas, segue um padräo similar nas diversas regiöes: a escolaridade tem um efeito protetor nas mulheres de nível mais alto de renda, e, ao mesmo tempo, é fator de risco nas mulheres mais pobres. Nas áreas rurais, a ocorrência de obesidade ora está relacionada com a renda, ora com a escolaridade. Os resultados obtidos neste estudo demonstram que a renda, a escolaridade e a interaçäo entre elas têm influências distintas na determinaçäo da obesidade feminina no Brasil e que seu comportamento difere segundo a regiäo analisada, mostrando dessa forma näo existir um único modelo de explicaçäo pelas variáveis socioeconômicas culturais na ocorrência da obesidade feminina no Brasil