Fitoterapia popular e saúde da comunidade: diagnóstico para proposta de integraçäo nos serviços de saúde em Campina Grande, Paraíba, Brasil

Publication year: 1999
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de Säo Paulo. Faculdade de Saúde Pública. Departamento de Prática de Saúde Pública to obtain the academic title of Doutor. Leader:

Estuda o uso da Fitoterapia popular, em 782 famílias do município de Campina Grande, no estado da Paraíba. Realiza estudo tipo "survey descritivo", utiliza a técnica de entrevista estruturada através da visita domiciliária, coleta de dados para um questionário constituído de perguntas abertas e fechadas e a coleta de espécimes. A pesquisa enquadra-se na linha dos estudos etnográficos aplicados à Saúde Pública. Constata que 82,9 por cento das famílias tinham um "especialista" em plantas medicinais que costumavam usar para si e para sua família, remédio preparado com plantas. Verifica que a maioria deles era do sexo feminino (93,7 por cento), da faixa etária entre 15 e 44 anos (47,3 por cento), da religiäo católica (85,0 por cento) e a maioria (87,2 por cento) havia aprendido utilizar as plantas com a própria família.

As plantas medicinais mais utilizadas säo:

Lippia alba (443), Cymbopogon citratus (334), Sambacus australis (313), Chenopodium ambrosíoides (231), Punica granatum (231), e Peumus boldus (215), Ruta graveolens (198) e Mentha villosa (181) e os principais problemas gastrointestinais (21,1 por cento), de garganta, nariz e pulmöes (18,2 por cento), febre e gripes (13,3 por cento, problemas psiconeurológicos (8,3 por cento), cardíacos e circulatórios (6,5 por cento), genitais femininos (6,4 por cento) e bucais (4,3 por cento). Observa que o modo mais freqüente de preparo dos remédios com plantas, foi chá (infuso ou deccoto) (63,4 por cento) e a parte da planta mais utilizada foi a folha (60,1 por cento), usada com mais freqüência fresca (55,0 por cento). Quanto às indicaçöes, constata que a maioria delas coincidiu com as da literatura científica. Verifica, que o local principal para a aquisiçäo das plantas era nos quintais das residências dos "especialistas" ou das dos vizinhos (54,5 por cento) e que a maioria (57,0 por cento) dos "especialistas" afirmou näo conhecer nenhuma planta tóxica. Ressalta a importância da implantaçäo da fitoterapia na rede de serviços públicos de saúde, bem como, a necessidade da universidade integrar-se neste processo através das atividades de ensino, pesquisa e extensäo de serviços à comunidade

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