Em 1950 foi instalada uma fábrica para manufaturar produtos profiláticos contra vetores de doenças endêmicas (malária, doença de Chagas, esquistossomose) na Cidade dos Meninos, Duque de Caxias, Rio de Janeiro. Dentre os produtos manipulados, encontravam-se Hexaclorociclohexano (HCH), 2,2di(p-clorofenil)-1,1,1-triclorofetano (DDT) e Pentaclorofenato de Sódio (PCF.Na). As operaçöes da fábrica foram de 1950 a 1960, quando sua planta de produçao foi encerrada. Após a desativaçao das operaçöes desta fábrica, foram deixadas, in natura, cerca de 350 toneladas de produtos espalhados em uma área de 2000m2. Em 1989, após denúncia de comercializaçäo ilegal de HCH, proveniente da Cidade dos Meninos, e 1994, estudos realizados na FEEMA e FIOCRUZ indicaram que o solo, vegetaçäo, água e populaçäo local apresentavam altos índices de contaminaçäo por HCH. Em 1995, o solo contaminado da área foi tratado com óxido de cálcio (cal) por empresa privada. Os resultados apresentados, em laudo pela empresa, indicavam a descontaminaçäo da área após tratamento com cal. Avalia a presença de compostos organoclorados em amostras de solo obtidas na Cidade dos Meninos após tratamento com cal. Os resultados indicam que este permanece contaminado por HCH, mesmo após tratamento com cal. Além do HCH, detectou-se nas amostras de solo, DDT e seus metabólitos, clorofenóis, clorobenzenos e dioxinas. Constatou-se, ainda, aumento da área contaminada em cerca de 16 vezes sendo sua atual extensäo de 33.000 m2. Os contaminantes organoclorados, detectados nas amostras de solo, podem apresentar riscos à saúde da populaçao local.