Alteraçöes hepáticas em pacientes com síndrome de imunodeficiência adquirida: avaliaçäo histopatológica e ultra-estrutural: estudo através biópsias hepáticas

Publication year: 1998
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal da Bahia. Faculdade de Medicina to obtain the academic title of Doutor. Leader:

Cerca de dois-terço dos pacientes com SIDA desenvolvem hepatomegalia e anormalidades nos parâmetros bioquímicos que avaliam a funçäo hepática. Aparentemente, a doença hepática näo depende diretamente do vírus da imunodeficiência humana (HIV), mas, pode resultar de processos infecciosos determinados por bactérias, fungos, vírus, protozoários ou da açäo de drogas e do envolvimento por processos neoplásicos.

Os objetivos do presente trabalho säo:

avaliar a utilidade da biópsia hepática em esclarecer a situaçäo clínica de pacientes com SIDA que apresentam hepatomegalia, elevaçäo sérica de enzimas hepáticas e/ou febre de origem desconhecida; caracterizar as alteraçöes sinusoidais. Foram analisadas 130 biópsias hepáticas de pacientes com SIDA, que apresentavam pelo menos hepatomegalia e febre de origem desconhecida. Em 57 (43,8 porcento) pacientes havia dosagem de aminotrasferases e em 48(36,9 porcento) havia avaliaçäo numérica dos linfócitos T CD4+ e CD8+, no sangue periférico. Procedeu-se à analise do material à microscopia ótica e eletrônica, com técnicas de morfometria e de microanálise química. A biópsia hepática foi considerada diagnóstica em 46(35,4 porcento) dos casos, incluindo-se 22(16,9 porcento) casos de infecçäo microbacteriana, 9(6,9 porcento) casos de infecçäo pelo Histoplasma capsulatum, 4(3,1 porcento) casos de infecçäo pelo Schistosoma mansoni, 1(0,8 porcento) caso de infecçäo pelo Cryptococcus neoformans, 1(0,8 porcento) caso de infecçäo leishmaniótica, 1(0,8 porcento) caso de sarcoma de Kaposi, 1(0,8 porcento) caso de infiltraçäo por linfoma näo Hodgkin e 7(5,4 porcento) casos de inflamação granulomatosa, sem evidências de microorganismos. Inflamaçäo granulomatosa foi a mais freqüente alteraçäo de tipo inflamatório observada, estando presente em 29(22,3 porcento) casos. Näo observamos correlaçäo entre níveis de aminotransferases e a presença de alteraçöes hepáticas que significassem mudança ou introduçäo de terapêutica específica. Näo foram observadas alteraçöes de monta na estrutura de sinusóides hepáticos, através avaliaçäo histopatológica e ultra-estrutural. Com base nos resultados obtidos, podemos concluir que: 1. A biópsia hepática pode fornecer subsídios importantes para o diagnóstico de processos infecciosos e neoplásicos em pacientes com SIDA, que apresentam hepatomegalia e febre prolongada de origem desconhecida. 2. Existe uma maior prevalência em nosso meio, quando comparada com outros países de infecçäo por...

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