Objetiva analisar a referência de morbidade por mulheres em idade fértil. A amostra foi formada por 1157 mulheres com idade de 10 a 49 anos, cujos dados foram coletados de janeiro de 1992 a janeiro de 1993, por entrevistadores leigos. As informaçöes diversas às demográficas foram fornecidas apenas pela mulher em questäo. Näo detecta relaçöes entre característica sociodemográfica e referência de queixa, exceto quando esta era de natureza aguda que foram mais comuns entre as mulheres que desenvolviam atividade remunerada. As queixas agudas de maior freqüência foram gripes (30,3 por cento) e dores abdominal ou pélvica (7,2 por cento), enquanto que entre as queixas crônicas destacaram-se a hipertensäo (8,1 por cento), bronquite (7,3 por cento) e as dorsopatias (6,6 por cento). Observa que queixas relativas a doenças de maior gravidade, ou a outras que interferem na imagem ou uso do corpo feminino, motivam mais a procura de cuidado médico que aquelas näo enquadradas nestes requisitos. Os serviços mais utilizados säo os públicos e os de medicina de grupo, sendo que a satisfaçäo pelo atendimento prestado é maior para as usuárias de serviços de medicina de grupo. A mulher só considera a qualidade do atendimento um fator impeditivo para consultas de retorno, enquanto que para atendimento inicial o destaque é das dificuldades financeiras, as quais quando vencidas no início, näo se tornaram um obstáculo para a continuidade e aquisiçäo da terapêutica prescrita. Conclui que a mulher refere bem seus problemas de saúde, tem opiniäo crítica sobre os serviços que lhes säo oferecidos e cuida da melhor forma de sua saúde, ponderando sobre a necessidade de procurar ajuda médica