Estudo do ciclo pupilar e de algumas manifestaçöes disautonômicas em portadores de hanseníase
Publication year: 1998
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal de Minas Gerais. Faculdade de Medicina to obtain the academic title of Doutor. Leader:
Em nosso estudo, realizou-se a avaliaçäo funcional da inervaçäo autonômica da íris de portadores das várias formas de manifestaçäo clínica da hanseníase através da medida do tempo do ciclo pupilar. Concomitantemente, procurou-se pesquisar a funçäo lacrimal, o comportamento da pressäo arterial diante das variaçöes posturais, as alteraçöes da temperatura corporal e a ocorrência de sintomas relacionados com o comprometimento do sistema nervoso autônomo. Foram incluídos 81 participantes, divididos em dois grupos: o Grupo I, composto por 63 portadores de hanseníase, e estratificado em cinco subgrupos (HT, HB, HBB, HBL e HL), dependendo da forma de manifestaçäo clínica da doença, e o Grupo II ou grupo controle, composto por 18 indivíduos hígidos. Limitamos a idade de todos os participantes entre 16 e 45 anos. Os portadores de hanseníase estavam em tratamento regular, tinham o tempo de diagnóstico inferior a 3 anos, grau de incapacidade 0 ou 1 e näo apresentavam surto reacional no momento da avaliaçäo. A medida do tempo do ciclo pupilar, realizada segundo a padronizaçäo de Miller & Thompson (1978), demonstrou ser um método ambulatorial näo invasivo, simples e objetivo para a avaliaçäo funcional da inervaçäo autonômica da íris. O tempo do ciclo pupilar observado nos integrantes dos Subgrupos HT e HBT foi estatisticamente semelhante ao dos indivíduos hígidos enquanto o tempo do ciclo pupilar dos integrantes dos Subgrupos HBB, HBL e HL apresentou um prolongamento significativo. Dentre os outros sinais disautonômicos pesquisados, apenas a frequência de disfunçäo lacrimal nos portadores das formas HBT e HL foi significativamente maior em relaçäo à dos indivíduos hígidos. Näo se verificou a ocorrência de hipotensäo arterial ortostática e nem de alteraçöes da temperatura corporal nos portadores de hanseníase. No entanto, a frequência de alguns sintomas disautonômicos foi significativamente aumentada no Grupo I em relaçäo ao Grupo II; esses sintomas foram mais frequentes no Subgrupo HL e menos no Subgrupo HT.