A família e a escola marcando a formaçäo do leitor

Publication year: 1999
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de Säo Paulo. Instituto de Psicologia to obtain the academic title of Doutor. Leader:

Esta é uma pesquisa qualitativa a respeito de como os sujeitos representam a influência da família e da escola em sua formaçäo como leitor. A amostra é composta por sujeitos adultos nascidos entre as décadas de 30 e de 70, sendo cinco homens e sete mulheres com escolaridade mínima de quatro anos, pertencentes a classe média e moradores da cidade de Säo Paulo. Foram entrevistados e tiveram seus discursos transcritos e analisados.

Seis temas recorrentes e significativos foram identificados:

1§) os primeiros contatos com a leitura: quais e como; 2§) os preceptores na leitura: a professora, a mäe, o pai e o avô; 3§) a escola, a família e o trabalho e os destinos do prazer na leitura; 4§) desculpe-me por näo ler; 5§) idealizando o prazer de ler; 6§) o leitor e sua teoria sobre a constituiçäo do leitor.

As questöes que orientam a análise foram as seguintes:

o que significa ler para esses leitores? Como vêem o que aprenderam na escola? Como os leitores se reconhecem leitores? A quem atribuem sua formaçäo? Como reconhecem a escola? Como reconhecem a família? Leitura: hábito ou prazer de ler? Ao final do trabalho, pôde-se concluir que, para os entrevistados, a sistematizaçäo da leitura e da escrita deu-se na escola, mesmo para aqueles cujos primeiros contatos com o texto aconteceram na família. Essa primeira experiência dentro da escola, quando näo apagada da memória dos sujeitos, era relatada como fonte de desprazer. O ato de ler tornava-se desagradável para todos quando transformado em obrigaçäo, em imposiçäo, em instrumento de aprendizagem de ortografia. Ler na escola (e para a escola) era sinônimo de desprazer. Por outro lado, as experiências agradáveis com a leitura estäo associadas a situaçöes fora da escola. Com exceçäo de um sujeito, todos os demais que se lembraram de um preceptor, atribuíram esse papel a um membro da família. Todos os entrevistados têm um modelo idealizado de leitor e uma teoria de como formá-lo. Mostraram-se descontentes com sua performance de leitor e atribuem isso à sua formaçäo, à falta de hábito, à falta de tempo e às condiçöes sócio-históricas em que estäo inseridos

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