A questäo da vocaçäo: psicanálise e psicologia

Publication year: 1999
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de Säo Paulo. Instituto de Psicologia to obtain the academic title of Doutor. Leader:

O presente estudo tem como objetivo tratar psicanalíticamente a questäo da vocaçäo, näo com o fim de estabelecer sobre ela uma prática clínica especializada (projeto da psicologia), mas a partir de uma injunçäo social precisa que a fez figurar tal como hoje a conhecemos: como dúvida pessoal, crise psíquica, liberdade/cobrança de escolha. Inscrevendo-nos na direçäo de pesquisa, aberta por Freud e seguida por Lacan, que articula inconsciente e história, trabalhamos com a questäo da vocaçäo como um "sistema social". Noçäo esta que permite articular como a constituiçäo singular de cada sujeito se encontra intrinsecamente ligada ao discurso social em relaçäo ao qual esta assujeitado. Um exame da bibliografia referente ao tema mostrou-nos que sua teorizaçäo aparece originalmente ligada às práticas orientadoras que sobre ela se montaram. Entre essas uma se destacou para nós, na medida em que pretendia tratar da questäo da vocaçäo de um modo tal que contemplasse a psicanálise como uma referência: a "estratégia clínica" de Bohoslavsky. Assim sendo, importou-nos examiná-la para ver como aí se dava a fusäo, que a nossos olhos é impossível, entre os campos da psicologia e da psicanálise. Tal exame revelou-nos que a fusäo aí proposta só pôde se dar com a descaracterizaçäo da psicanálise. Assim sendo, coube-nos tratar a vocaçäo como um sintoma, único modo de abordá-la de maneira tal que respeitasse a ética psicanalítica, qual seja: "responder pelo sintoma". A "escansäo" que pudemos promover da questäo da vocaçäo, tal como ela é falada no discurso social, permitiu-nos, näo só ignorá-la um pouco menos, como intervir discursivamente sobre ela

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