Câncer na infância: tendências e análise de sobrevida em Goiânia (1989-1996)
Publication year: 2000
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de Säo Paulo. Faculdade de Saúde Pública. Departamento de Epidemiologia to obtain the academic title of Mestre. Leader:
Analisa as tendências de incidência e de mortalidade para o câncer na infância em Goiânia e sua distribuiçäo segundo sexo, faixa etária e tipo histológico. Estima as probabilidades acumuladas de sobrevida após 5 anos e fatores prognósticos a partir de dados compilados pelo RCBP do município. A tendência de incidência e as taxas de sobrevida foram estimadas a partir de dados do registro de câncer de Goiás (1989-1996) e a tendência da mortalidade, utilizando dados de 1978 a 1996 do Sistema de Mortalidade do Ministério da Saúde. Os coeficientes de incidência e de mortalidade foram padronizados pela populaçäo mundial de 1960 e as tendências estimadas a partir de modelos de regressäo linear. O tempo de sobrevida foi calculado da data do diagnóstico até a data do último contato ou óbito. As probabilidades acumuladas de sobrevida foram calculadas utilizando o estimador produto limite de Kaplan-Meier e o modelo de riscos proporcionais de Cox na estimativa das razöes de riscos. Verifica que os coeficientes de mortalidade mantiveram-se estáveis no período de 1978 a 1996 para o total de crianças (p=0,4484) e separadamente para meninos (p=0,2501) e meninas (p=0,8531) e entre menores de 5 anos (p=0,4955). Houve declínio da mortalidade para as crianças entre 5 e 9 anos (p=0,0020) e de 10 a 14 anos (p=0,0033), e por leucemias (p=0,0012). Em relaçäo à incidência, nota estabilidade para o total de crianças (p=0,5667), assim como para meninas (p=0,2605) e para meninos (p=0,4504), para aquelas entre 5 e 9 anos (p=0,1266), para as leucemias (p=0,6286), linfomas (p=0,7432) e tumores do SNC (p=0,9849), porém declínio entre menores de 5 anos (p=0,0145) e crianças de 10 a 14 anos (p=0,0104). Das 179 crianças registradas no RCPB de Goiânia no período de 01/01/1989 a 31/05/1994, 153 tiveram seguimento. Nestas, a taxa de sobre vida acumulada após 5 anos do diagnóstico foi de 34 por cento, passando de 24 por cento (1989/90) para 50 por cento (1993/94) e variável segundo os tipos histológicos: linfomas (58 por cento), leucemias (19 por cento) e tumores do SNC (24 por cento). O único fator prognóstico independente estatisticamente significativo para o óbito por neoplasias infantis foi o tipo histológico correspondente às leucemias, evidenciando o risco aumentado de morrer para estas crianças