Ser idoso no mundo: o indivíduo idoso e a vivência de atividades físicas como meio de afirmaçäo e identidade social

Publication year: 1999
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de Säo Paulo. Instituto de Psicologia to obtain the academic title of Doutor. Leader:

A fase da terceira idade vem recebendo mais atençäo por parte dos pesquisadores de diferentes áreas. Muitos säo os motivos que conduzem ao aumento de interesse, destacando-se a proporçäo crescente na populaçäo e a desvalorizaçäo de pessoas com mais de 65 anos. Este estudo define-se como uma pesquisa social exploratória qualitativa, com aplicaçäo de entrevistas estruturadas (antes e após participaçäo num curso de atividades físicas desenvolvidas na USP), interpretadas a partir de uma análise contextual. Participam do estudo 20 sujeitos com mais de 60 anos de idade. Acredita-se que as atividades de movimento (especificamente atividades físicas) devem estar presentes em todas as fases de vidas. Na última fase de vida (na terceira idade), as pessoas precisam constantemente afirmar sua identidade na sociedade, porque é esperado que se afastem do meio social pela sua situaçäo de vida 'negativa': aposentadoria (ausência de produçäo), viuvez (morte), 'ninho vazio' (sem papel), mudanças físicas, como rugas e cabelos brancos (desgaste). Todos estes últimos aspectos associam-se à falta de utilidade e à perda de papel social que desencadeia o preconceito relacionado à idade ('velhismo'). Deste modo, o objetivo principal é resgatar o autoconceito das pessoas com mais de 60 anos (denominadas de idosas), através da participaçäo em atividades de movimento/físicas, porque se acredita na sua influência na identidade e, conseqüentemente, na afirmaçäo social. O problema está em descobrir se realmente as atividades de movimento influenciam a identidade das pessoas e se possibilitam a afirmaçäo social, além da forma como isto ocorre. Contudo, a preocupaçäo fundamental está relacionada à busca de uma melhor qualidade de vida para estas pessoas. A hipótese enfatiza que a reestruturaçäo de um autoconceito positivo propicia a conscientizaçäo do papel social a partir de uma ênfase no 'eu', estimulada pelo envolvimento com as atividades de movimento. Este autoconceito positivo é fortemente relacionado com a sensaçäo de auto-eficiência (possibilitada pelas atividades) e permite à pessoa assumir-se como idosa a partir de uma avaliaçäo da situaçäo real de vida que näo será mais vista como predominantemente negativa. Estas pessoas, apoiadas na sua auto-estima, combatem o estigma negativo do envelhecimento. Os resultados deste estudo permitem afirmar que a atitude dos sujeitos, referentes à busca do envolvimento em atividades de movimento, é estimulada pela necessidade de...

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