A fim de possibilitar estudos comparativos do SNAIC, procuramos estabelecer a distribuiçäo topográfica dos neurônios, em coraçöes de feto e recém-nascido, segundo limites anatômicos bem definidos. O trabalho foi dividido em 2 etapas. Na primeira, que foi uma etapa auxiliar, verificamos a distribuiçäo geral das células ganglionares nos átrios e ventrículos e o diâmetro médio dos neurônios em 11 coraçöes. Na segunda analisamos, quantitativamente, em 3 coraçöes, a distribuiçäo topográfica dessas células.

Concluímos o seguinte:

1. A inclusäo e cortes seriados de todo ou de grande parte do coraçäo de feto e recém-nascido constituiu metodologia útil para o estudo topográfico e contagem de neurônios intracardíacos. 2. Os neurônios, dispostos em gânglios e ocasionalmente como células isoladas, localizavam-se predominantemente no subepicárdio, menos comumente no miocárdio e, raramente, no subendocárdio. Näo foram observados nas aurículas. 3. As células ganglionares geralmente eram uninucleadas, mas apresentaram, ocasionalmente, até 4 núcleos. 4. O diâmetro neuronal variou com a idade gestacional, característica importante para se estabelecer a metodologia para sua contagem. 5. Das 18 áreas por nós identificadas, duas (áreas 1 e 2) eram mais ricas em neurônios e tinham limites anatômicos bem definidos. 6. A área 1, que inclui o nó SA, apresentou a maior quantidade de neurônios (32 por cento). 7. A área 2 continha aproximadamente 12 por cento da populaçäo neuronal analisada e, por ser pouco extensa, permite contagem neuronal menos trabalhosa que a área 1. 8. A área 18, que inclui o nó AV, era pobre em neurônios.