O estudo analisa a trajetoria da formação de enfermeiras (os) brasileiras (os) em direçäo as especialidades, no período 1920-1970. A perspectiva analítica contempla o contexto socio-econômico, político e ideológico brasileiro, privilegiando, como enfoque teóricos, a Divisão Social do Trabalho e a Teoria do Capital Humano. O material empírico resultou da análise de documentos e de entrevistas com quatro enfermeiras-docentes, que vivenciaram esse processo, inicialmente como alunas e, mais tarde, no ensino e na assistência. Os resultados sugerem forte e persistente influência da enfermagem, tal como se estruturou e desenvolveu no contexto norte-americano, com todas as implicações de ordem técnica, científica e ideológica. Os achados indicam igualmente reforço à dependência da formação e da ação de enfermeiras (os) às diretrizes do modelo biomédico de assistência. Ao final, apresentam-se algumas considerações e implicações que pretendem auxiliar na compreensão de aspectos problemáticos da formação e ação da enfermagem no Brasil atual.