O lugar dos implantes subdérmicos na anticoncepçäo no Brasil
Publication year: 1996
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal do Paraná. Departamento de Tocoginecologia do Setor de Ciências da Saúde to obtain the academic title of Professor Titular. Leader:
Os implantes subdérmicos contraceptivos foram inseridos em 3382 mulhres brasileiras, que aceitaram participar do estudo brasileiro do Norplant, em vinte e uma clínicas de planejamento familiar do brasil. A eficácia anticoncepcional foi alta em todos os anos estudados, com uma taxa de gravidez de 0,21 por cento ao final do primeiro ano de uso e que chegou a 1,5 por cento ao final dos cinco anos. Näo houve diferença na taxa de gravidez entre as mulheres que usaram os implantes durante seis e sete anos após a inserçäo. Entre ascausas de interrupçäo de uso, o sangramento aumentado foi a mais importante, com uma taxa de 7,85 por cento e 12,92 por cento, respectivamente, ao final do primeiro e do segundo anos de uso. Poucas mulheres interromperam devido esta causa após o segundo ano de uso e a taxa de descontinuaçäo aos cinco anos, devido sangramento aumentado, foi de 16,12 por cento. Nenhuma mulher apresentou hemorragia durante o estudo. Remoçöes dos implantes devido às outras causas médicas ocorreram com frequência bastante inferior a näo foram observados efeitos secundários que colocassem em risco a saúde das usuárias. A aceitabilidade do norplant foi boa, tendo em vista a alta taxa de continuaçäo de 72,78 por cento ao final do primeiro ano e 27,30 por cento ao final do quinto, a despeito de importante campanha contra o método, realizada no Brasil, durante o segundo ano da pesquisa. Aos sessenta meses de observaçäo, as mulheres sem filhos ou com no máximo um filho, tiveram uma taxa de continuaçäo menor que as outras (20,70 por cento contra 32,80 por cento entre as mulheres com tres ou mais filhos). Elas descontinuaram mais por desejo de filho (36,58 por cento contra 9,48 por cento) e devido às causas médicas (31,09 por cento contra 22,41 por cento). Já as mulheres com menos de 25 anos continuaram menos o uso dos implantes que aquelas com mais idade (25,95 por cento entre as mulheres com idade inferior a 20 anos contra 32,27 por cento entre as mulheres com trinta ou mais anos de idade). Elas descontinuaram mais por desejo de filho (31,04 por cento contra 7,88 por cento). E as mulheres com menor peso descontinuaram mais que as outras devido sangramento aumentado, chegando a 27,08 por cento entre aquelas com menos de 50 quilogramas e 13,98 por cento entre as mulheres com setenta ou mais quilogramas.