Em 422 mulheres usuárias dos implantes subdérmicos contraceptivos Norplant e 186 de Norplant-2, em cinco diferentes cidades brasileiras, foram analisadas a eficácia contraceptiva, as taxas anuais de continuaçäo e as diferentes causas de descontinuaçäo de uso, bem como as variaçöes dos valores de peso corporal e da pressäo arterial, durante um período de tres anos. Näo houve diferença entre os dois implantes no que diz respeito à eficácia, ficando em 0,48 e 0,5 por cento ao final dos tres anos, respectivamente para o Norplant e o Norplant-2. A taxa de continuaçäo ao final do primeiro ano foi de 70,83 por cento e 63,96 por cento, respectivamente para o Norplant e o Norplant-2; ao final do segundo ano, 47,47 por cento e 46,80 por cento e ao final do terceiro, 38,90 por cento e 35,66 por cento. A maior causa para interrupçäo em todos os anos estudados, foram as causas médicas. Entre elas, o sangramento aumentado foi a causa mais importante, tendo sido mais frequente entre as usuárias de Norplant-2 (12,14 por cento) que entre as de Norplant (6,22 por cento) ao final do primeiro uso. Já no final do segundo e do terceiro anos, as interrupçöes foram similares entre os dois métodos e chegou a 17,54 por cento e 18,58 por cento, respectivamente para o Norplant e o Norplant-2, ao final do terceiro ano. Os valores médios do peso corporal entre as usuárias de Norplant tiveram um aumento nos tres anos estudados, tendo o maior aumento ocorrido ao final do segundo ano, que foi de 1,6 quilogramas. As usuárias de Norplant-2 só tiveram um aumento médio do peso ao final do primeiro ano, de 0,9 quilogramas. Tanto a pressäo arterial sistólica quanto a distólica das mulheres com os dois tipos de implantes näo tiveram alteraçäo clinicamente importante. A análise de regressäo logística de Cox mostrou que as mulheres com 4 ou mais partos tiveram uma menor taxa de descontinuaçäo ao final dos tres anos. Do mesmo modo, as que tinham pressäo arterial sistólica maior que 110mm Hg na admissäo, para o que näo foi encontrado explicaç. Concluiu-se que ambos os implantes säo métodos anticonceptivos seguros e eficazes, e que quando usados em mulheres que tenham tido informaçäo completa sobre os mesmos, incluindo os efeitos colaterais, podem ser muito bem aceitos pela populaçäo feminina