Este estudo exploratório-descritivo, realizado na Comunidade São Francisco, município de Catolé do Rocha-Paraíba, investigou os conhecimentos, atitudes e crenças da população em relação ao consumo de alimentos fontes de vitamina A. Os sujeitos participantes da pesquisa foram 63 mães de crianças menores de cinco anos, dentre elas 05 gestantes e 16 nutrizes, além de 34 informantes-chave. O estudo foi realizado utilizando como alicerce a abordagem etinográfica para que passássemos a aprender com a própria população local as suas práticas alimentares e pudéssemos assim explorar as atitudes das pessoas sobre o consumo ou não de alimentos ricos em vitamina A. Os dados foram coletados através de entrevistas semi-estruturadas e observações não-estruturadas no período de fevereiro a julho de 1996. Os resultados mostraram que as crenças e tabus alimentares da população estudada tendem a discriminar o consumo de alimentos ricos em vitamina A, como é o caso da manga. Além disso, o baixo poder aquisitivo, a falta de escolaridade da maioria das famílias, bem como o descaso das autoridades locais, não favorecem esta prática, restringindo a aceitação desses alimentos ricos neste nutriente pelas mães, e conseqüentemente, seus filhos. As mulheres exercem um papel fundamental na sociedade em que vivem e principalmente em seus lares. Elas são a chave para uma mudança significativa na vida de outras pessoas e com aquelas de seu convívio, desmistificando assim a imagem da mulher tão sofrida, castigada, tolhida e maltratada pelas regras sócio-culturais que as circundam dia-a-dia. Esperamos que este trabalho sirva de estímulo a outros futuros que possam aprofundar esta temática e assim poder intervir na comunidade com soluções viáveis e aceitas pela população, com o objetivo maior de estimular e promover o comsumo de alimentos ricos em vitamina A, para solucionarmos o problema da deficiência no sertão nordestino brasileiro