Foi realizada uma análise descritiva de 486 pacientes com fratura facial atendidos pela disciplina de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Faculdade de Medicina de Botucatu no período de 1977 a 1996. A maioria dessas fraturas ocorreu em pessoas do sexo masculino e jovens, até 40 anos, tendo como causas principais os acidentes com veículos, as agressöes e as quedas acidentais. As agressöes físicas e os acidentes com veículos freqüentemente estavam associados à ingestäo de bebidas alcoólicas. As agressöes físicas ocorreram quase sempre no período noturno, e em finais de semana, caracterizando o que alguns autores denominaram de "o bar como lazer". Quanto a outras causas de fraturas faciais, observamos que entre as relacionadas com o esporte, o futebol foi o maior responsável. Revendo a história desses pacientes, observamos que as fraturas foram decorrentes de chutes, socos e cotoveladas e que, em muitas dessas situaçöes, poderiam ser caracterizadas como agressöes, revelando características violentas da sociedade contemporânea. As lesöes mais comuns associadas às fraturas faciais foram as oculares, as de membros, os traumas cranioencefálicos, além de outras fraturas faciais. O tratamento baseou-se na reduçäo das fraturas ósseas, osteossíntese com fio de aço e arco de Erich nas fraturas dos maxilares. No final de 1992 e começo de 1993, passamos a utilizar, no nosso serviço, as mini-placas nas fraturas faciais, em particular, nas fraturas mandibulares de pacientes desdentados parcial ou totalmente. As mini-placas propiciam um melhor alinhamento dos fragmentos nas linhas das fraturas, dando uma melhor estabilizaçäo e consolidaçäo óssea, mas tendo como desvantagem um custo financeiro mais alto.