Metabolismo protéico em pacientes com trauma encefálico submetidos à hiper-alimentaçäo, via enteral, com e sem suplementaçäo parenteral de glicose - Estudo cinético com 15N

Publication year: 1995
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Estadual Paulista \"Júlio de Mesquita Filho\" to obtain the academic title of Doutor. Leader:

Nos últimos anos têm havido inúmeras referências aos benefícios de uma intervençäo nutricional, efetiva e precoce, sobre a mortalidade e morbidade de pacientes traumatizados de crânio. A composiçäo e forma de administraçäo das dietas, ainda é objeto de polêmicas. Foi feita uma proposta de estudo a partir de dieta enteral padräo constituída de 131 gramas de proteína/dia e 1200 kcla de glicose, via enteral, em torno de 7 dias após a lesäo (M1). Os pacientes receberam em um segundo momento, cerca de 4 dias após, (M2), uma suplementaçäo de 1200 kcal de glicose pela via enteral, voltando a receber dieta padräo, com nova avaliaçäo 3 a 4 dias após (M3). Em um período de 2 anos, foram selecionados 28 pacientes do sexo masculino, com trauma encefálico grave, escala de gravidade de Glasgow entre 3 e 6, sem comprometimento pulmonar que implicasse em pressäo parcial de O2 inferior a 70 mmHg, e peso corporal acima de 60 Kg. Dentre os 28 pacientes, 6 complementaram o estudo prosposto. Os pacientes foram acompanhados clinicamente durante toda a fase do experimento. Em cada um dos momentos de análise, M1, M2 e M3, foram feitas análises da excreçäo nitrogenada, proteínas de fase aguda e estudo cinético com 15N-glicina, administrada por via oral e avaliada em um período de 9 horas. Da mesma forma foram feitas determinaçöes da glicemia plasmática, N-amínico e triglicerídeos. Os resultados do estudo demonstraram que a suplementaçäo de glicose no ponto médio do experimento, näo provocou modificaçöes no balanço nitrogenado, cinética protéica ou no comportamento das proteínas de fase aguda. Ficou evidenciado, outrossim, que acompanhando a melhoria do quadro clínico-neurológico, houve normalizaçäo dos valores das proteínas de fase aguda, bem como das taxas de síntese e catabolismo protéicos, incluindo a taxa fracional catabólica e percentual de síntese protéica. A partir dos resultados do experimento, é possível concluir que o hipermetabolismo, a basear-se na análise da cinética protéica, näo persiste além do 13§ dia do período de recuperaçäo pós-trauma. Sugere-se que a dieta enteral, mesmo a volumes reduzidos, deve ser instituída o mais precocemente possível, visando atingir volumes e constituiçäo adequadas, ao final da primeira semana do período de recuperaçäo, e que a suplementaçäo de glicose e.v. à dieta enteral é dispensável para a reduçäo do catabolismo protéico.

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