Com o objetivo de avaliar a associaçäo entre aleitamento, hábitos de sucçäo e oclusäo dentária decídua, realizou-se em estudo transversal cuja amostra constou de 214 crianças brasileiras, de ambos os sexos, com idade entre 2 e 6 anos. Os responsáveis foram entrevistados e a oclusäo dentária das crianças foi examinada por um único examinador, considerando: plano terminal dos molares decíduos; relaçäo canino; sobressaliência e sobremordida. Os dados foram analisados através do programa estatístico Epilnfo e o teste qui-quadrado foi utilizado. De toda a amostra, 70 por cento receberam aleitamento misto, 13,6 por cento, aleitamento materno e 16,4 por cento aleitamento artificial. O padräo de aleitamento apresentou associaçäo significativa com o desenvolvimento de hábitos de sucçäo (p<0,01). A presença do aleitamento artificial esteve associada à prevalência mais alta de caninos em Classe 2(p<0,01), de sobressaliência severa (p<0,01), de mordida aberta anterior (p<0,01) e, embora näo significativa estatisticamente, a maior frequência de degrau distal (p<0,05). A presença do aleitamento materno por mais de 12 meses esteve associada à prevalência mais baixa de sobremordida severa (p<0,01) e de mordida aberta anterior (p<0,001) e, embora näo significativa estatisticamente, a um menor número de casos de disto-oclusäo de molares e caninos (p<0,05). A prevelência de hábitos de sucçäo foi de 80,4 por cento. A presença do hábito e a sua persistência além dos 3 anos estiveram associadas à prevalência mais alta de caninos em Classe 2 (p<0,01), de sobressaliência severa (p<0,001), de mordida aberta anterior (p<0.001) e, embora näo significativa estatisticamente, a um maior número de casos de degrau distal (p<0,05).