Estado nutricional de gestantes adolescentes e sua relação com o peso do recém-nascido em Viçosa-MG
Publication year: 1998
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal de Säo Paulo. Escola Paulista de Medicina to obtain the academic title of Doutor. Leader:
O aumento da freqüência de adolescentes que engravidam a cada ano, no mundo, têm levado muitos pesquisadores a estudar essa mães e seus filhos, avaliando as conseqüências biológicas e sociais de uma gravidez prematura em um grupo biologicamente vulnerável. O presente estudo, longitudinal prospectivo, foi desenvolvido com 203 gestantes adolescentes que fizeram o pré-natal no Centro de Saúde da Mulher e da Criança, no Município de Viçosa-MG, no periodo de fevereiro de 1995 a setembro de 1996, com o objetivo de estabelecer a real prevalência e os fatores determinantes da gestação na adolescência neste Município. Foram levantados dados a respeito das condições de moradia; da escolaridade; da ocupação; de antecedentes familiares pessoais; de antecedentes ginecológicos e obstétricos e da gestação atual (avaliação antropométrica e dietética e avaliação do recém-nascido). A maioria das gestantes vivia em boas condições de moradia e saneamento, tinha baixa escolaridade e não trabalhava. Demonstraram ainda, desconhecimento sobre métodos contraceptivos e processo reprodutivo. Constatou-se a inadequação da ingestão de calorias, ferro e cálcio. O consumo de proteínas, com exceção do 2º trimestre foi adequado numericamente, porém sabe-se que a inadequação calórica limita a utilização da proteína. A incidência de recém-nascido de baaixo peso foi de 7,9(por cento) e de peso deficiente 33,0(por cento), constatando-se dessa forma que 40,9(por cento) dos recém-nascidos eram considerados de risco. A incidência de baixo peso foi menor do que a registrada para Viçosa no mesmo período (9,5(por cento)).Apenas 11,9(por cento) das gestantes estudadas ganharam peso segundo as recomendações de acordo com o IMC pré-gestacional, sendo registrado maiores ganho no segundo trimestre da gestação. Constatou-se que as gestantes que ganharam mais gordura foram aquelas que iniciaram a gestação com menos gordura corporal. Evidencia-se dessa forma a necessidade de se fazer reservas para o final da gestação, quando as demandas fetais são maiore. As variáveis que explicam o peso do recém-nascido foram idade gestacional, tabagismo, peso pré-gestagional, cor, sexo do recém-nascido e ganho de peso. Contudo, essas variáveis explicam apenas 23,8(por cento) nas gestantes analisadas de forma geral, enquanto que houve diferença entre as menores de 18 anos (32,6(por cento)) e as maiores de 18 anos(15,6(por cento)). Isso pode indicar a maior vulnerabilidade das gestantes mais novas às condições ambientais