As metástases cerebrais constituem um grave problema clínico, devido à sua elevada incidência, e por afetarem de forma direta, a sobrevida, e a qualidade de vida dos pacientes, retirando-os do convívio social, em função das suas graves seqüelas. A terapêutica considerada standard é a cirurgia seguida pela radioterapia de todo o cérebro, abordagem factível apenas para um grupo selecionado de pacientes (KS favorável, doença primária controlada ou estável, ausência de outros focos de doença sistêmica, lesão cerebral única e localizada em área não eloqüente). Os pacientes sem estas condições, e que representam a maioria, são submetidos à radioterapia de cerebro total associada freqüentemente ao uso de corticosteróides, com taxas de sobrevida de 4-6 meses. A radioterapia, desde a sua descoberta em 1895, sofreu enormes avanços tecnológicos. A radioterapia estereotáxica em dose única, ou radiocirurgia, tornou-se uma realidade, especialmente após as grande conquistas nas áreas das imagens (tomografia computadorizada, ressonância nuclear magnética) e da introdução da ciência da informática na área médica. Por ser um método preciso, rápido, passível de execução ambuiatorial, e principalmente pela capacidade de atingir lesões localizadas em áreas inabordáveis à neurocirurgia, tornou-se uma excelente alternativa na terapêutica das lesões metastáticas. Os resultados para o tratamento de metástases cerebrais utilizando tecnologia com acelerador linear ou gamma knífe (Cobalto-60), publicados em literatura, têm sido promissores, comparáveis entre si, e com as séries cirúrgicas. O objetivo do presente estudo é demonstrar os resultados da radiocirurgia na terapêutica das metástases cerebrais, utilizando um acelerador linear de partículas. Os resultados obtidos em 37 pacientes portadores de 77 lesões metastáticas são comparáveis aos publicados na literatura com radiocirurgia, ou cirurgia, associados à irradiação de cérebro total, com uma mediana do tempo de sobrevida estimada a partir da data da radiocirurgia de 8,88 meses, e a possibilidade estimada de sobrevída em 6, 12, e 24 meses respectivamente de 58 por cento , 36 por cento e 12 por cento . Os fatores prognósticos significativos observados em termos de sobrevida, como idade < 60 anos (p = O,0056), KS > 70 (p = O,0075), dose prescrita (p = O,0091), e volume da lesão (p = O,0545), passaram a fazer parte dos critérios de seleção dos pacientes candidatos à radiocirurgia...(truncado..)