Padrões de circulação temporal em vírus sincicial respiratório humano dos grupos A e B

Publication year: 1998
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal de Säo Paulo. Escola Paulista de Medicina to obtain the academic title of Doutor. Leader:

O vírus respiratório síncicial humano é classificado em dois grupos principais, A e B. Ambos os grupos contêm múltiplas variantes, reconhecidas por anticorpos monoclonais e técnicas genéticas, notadamente sequenciamento. Com o intuito de caracterizar a epidemiologia molecular de cepas de vírus respiratório sincicial humano, foi realizado o sequenciamento de uma região variável do gene que codifica a proteína responsável pela ligação do respectivo vírus à célula em amostras colhidas durante 5 anos consecutivos em uma comunidade. A análise filogenética realizada identificou clades distintas (genotipos), subsequentemente divididos em subtipos, com base em similiaridade > 96 por cento a nível de nucleotídeo. Foram identificados cinco genotipos e 22 subtipos entre os 123 isolados de vírus respiratório sincicial humano do grupo A e quatro genotipos e seis subtipos entre os 81 isolados do grupo B. Um ou dois genotipos e subtipos representaram no mínimo 50 por cento dos isolados identificados em cada ano. Foi verificada uma altemância no genotipo e subtipo predominantes, circulantes em cada ano, sendo que nenhum genotipo ou subtipo predominou por mais de um ano nos cinco anos do estudo. A consistência na substituição das cepas predominantes sugere que um "shift", mesmo entre as cepas de um mesmo grupo, representaria uma vantagem evolutiva para o vírus. Postulamos que a "nova" cepa circulante em um determinado ano teria maior capacidade de evadir a imunidade previamente induzida a nível da população e consequentemente circular mais eficientemente. A altemância anual apresentada pelas cepas de vírus respiratório sincicial humano pode contribuir para a melhor capacidade do vírus em causar surtos anuais de doença respiratória. Nossos resultados também sugerem que a caracterização de vírus respiratório sincicial humano a nível de grupo e genotipo pode ser necessária para compreender melhor o papel da imunidade protetora, após a infecção natural pelo vírus, bem como para a avaliação dos estudos envolvendo a eficácia de vacinas contra o vírus

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