Este estudo, uma pesquisa qualitativa, tem por objetivo descortinar o significado (atitudes, comportamentos e representaçoes coletivas) do processo de envelhecimento no mercado de trabalho e identificar suas implicaçoes na saúde individual e coletiva. Busca na mediaçao entre as áreas temáticas da Gerontologia, da Saúde e do Trabalho com a utilizaçao de dezoito depoimentos orais de trabalhadores(as) aposentados(as) compreender o processo de construçao genealógica das mentalidades vigentes na sociedade sobre esse processo. Utiliza como estratégia metodológica o método da História Oral e como técnica de coleta de dados empíricos a entrevista com roteiro semi-estruturado. A análise dos dados foi realizada na perspectiva da Hermenêutica e das Mentalidades. Demonstra por meio das narrativas dos sujeitos da pesquisa que apesar de todo o desgaste físico e psíquico gerado pelo trabalho, os indivíduos desenvolvem estratégias de resistência para sobreviverem à essa expropriaçao, buscando formas para viver/ envelhecer satisfatoriamente. Destaca também o fato de que a dimensao das desigualdades sociais, sexuais e de geraçao nao é percebida de forma consciente pelos(as) entrevistados(as), retratando mais as mentalidades expressas pela sociedade do que necessariamente a consciência da relaçao de poder existente entre os sexos, as classes e as geraçoes. Retrata ainda que o trabalho é capaz de unir a singularidade do ser que trabalha, remetendo-o ao convívio com outros seres, caracterizando o envolvimento e o desejo de organizaçao social, dimensoes fundamentais para a garantia de um processo de vida/ envelhecimento com qualidade