Papel da alimentaçäo na etiopatogenia e no tratamento da constipaçäo intestinal na criança

Publication year: 1999
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal de Säo Paulo. Escola Paulista de Medicina to obtain the academic title of Professor Livre Docente. Leader:

Constipação intestinal constitui um problema freqüente na população pediátrica que além do seu desconforto pode acarretar várias complicações. Existem várias lacunas nos conhecimentos relacionados à participação da alimentação na etiopatogenia e no tratamento da constipação. Os objetivos deste estudo foram avaliar o consumo de fibra alimentar por crianças com constipação crônica funcional, correlacionar o tipo de aleitamento e o consumo de fibras por lactentes com a ocorrência de constipação, avaliar a exeqüibilidade de uma terapia rica em fibra alimentar e a evolução antropométrica durante o tratamento da constipação intestinal crônica e, finalmente, estudar a ocorrência de intolerância ao leite de vaca associada à constipação crônica na criança. Os estudos foram realizados com quatro grupos de crianças. O primeiro grupo foi constituído por 58 crianças com constipação crônica, atendidas em ambulatório de referência, pareadas de acordo com o sexo e a idade com 58 crianças sem constipação. A ingestão mediana (percentis 25 e 75) de fibra alimentar total (g/dia), segundo uma tabela brasileira de fibra alimentar nos alimentos, pelas crianças com constipação (l3,5; 9,8-17,8) foi estatisticamente inferior à ingestão das crianças sem constipação (l6,8; 13,5-20,0; p=O,OO9). A ingestão mediana de fibra insolúvel (g/dia) foi, respectivamente, 6,3 (4,2-9,8) e 9,4 (7,3-11,1), para as crianças com e sem constipação (p=O,OOl). As estimativas de consumo de fibra alimentar de 114 destes 116 inquéritos foram avaliadas empregando outras quatro tabelas de fibras nos alimentos. Observou-se correlação estatística entre os diferentes pares de tabelas, no entanto, os valores medianos apresentaram grande variabilidade, exceto na comparação da tabela baseada no método da "Association of Official Analyticai Chemists", AOAC, com a tabela de Southgate. Com base na tabela de fibras nos alimentos baseada no método da AOAC, a "odds ratio" (limites de confiança de 95 por cento) mostrou que as crianças que consomem menos do que a recomendação mínima diária de fibra alimentar (idade + 5) apresentam 4,1 (l,64-10,32) vezes maior probabilidade de sofrerem de constipação crônica, em relação às crianças com ingestão superior ao mínimo recomendado. Em uma unidade básica de saúde, do Município do Embu, foram estudadas 275 crianças com idade inferior a 2 anos, consecutivamente atendidas em consultas de rotina. Constipação foi observada em 25,1 por cento destas crianças...(au)

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