Tratamento das dissecçöes agudas da aorta descendentes utilizando stents aórticos introduzidos pela artéria femoral
Publication year: 1999
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal de Säo Paulo. Escola Paulista de Medicina to obtain the academic title of Professor Livre Docente. Leader:
De novembro de 1997 a junho de 1999 foram estudados vinte e sete pacientes com diagnóstico de dissecção aguda da aorta descendente submetidos a correção utilizando-se os stents aórticos introduzidos pela artéria femoral, no laboratório de hemodinâmica. Os pacientes apresentavam complicações pré-operatórias e doenças associadas. A inserção do stent aórtico, sob anestesia geral na maioria dos casos, foi conseguida em todos, sendo que a prótese mais utilizada foi a moda de diâmetro de 2.8 cm em 18 pacientes e a moda do comprimento de 9.0 cm em vinte pacientes. Ocorreu um óbito precoce, por insuficiência de múltiplos orgãos, dois dias após o procedimento em decorrência de um quadro clínico complicado já na internação. Observamos febre em 22.2 por cento dos pacientes, provavelmente devido a uma reação inflamatória entre o stent e a parede interna da aorta. Em dois casos (7.4 por cento) houve vazamentos ao redor do stent, em outros dois (7.4 por cento) insuficiência renal transitória, em outros dois (7.4 por cento) isquemia de membro inferior escolhido para passagem do cateter e por fim em um (3.7 por cento) infecção do cateter de diálise peritoneal. Na evolução tardia, ocorreram dois óbitos, o primeiro com quatro meses de implante do stent e se deu subitamente após a paciente ter passado pelo nosso ambulatório uma semana antes sem nenhum sinal de que algo estava errado. No segundo caso, a infecção foi a causa do óbito ocorrida vinte e cinco dias após uma operação para correção de uma expansão importante da falsa luz ocorrida junto da porção distal do stent. Esta complicação, foi diagnosticada durante a realização de exames de rotina, nove meses após a inserção do stent. A curva de sobrevivência atuarial mostra que 80 por cento dos pacientes estäo vivos no final de trita e dois meses e que estäo livres de eventos näo fatais 90 por cento dos casos no mesmo período. A conclusäo, após a análise destes resultados é a de que esta nova técnica determinou benefícios para estes pacientes graves à curto prazo, sendo necessário um período de tempo maior de observaçäo para sabermos se estes resultados säo constistentes