Da avaliaçäo da funçäo vestibular em pacientes com perda auditiva induzida pelo ruído pesquisa à vectoeletronistagmografia
Publication year: 2000
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal de Säo Paulo. Escola Paulista de Medicina to obtain the academic title of Doutor. Leader:
Diversas conseqüências de exposição crônica a ruídos sobre o organismo humano são conhecidas, entretanto, as alterações vestibulares decorrentes dessa exposição foram tema de poucos estudos. O objetivo da presente pesquisa é verificar se os pacientes com perda auditiva induzida pelo ruído (PAIR) têm alterações de função vestibular quando analisados por meio de vectoeletronistagmografia. Este estudo analisou um grupo de 45 pacientes com perda auditiva induzida pelo ruído na faixa etária de 24 a 60 anos por meio de anamnese, exame otorrinonaringológico, audiometria tonal e vocal, pesquisa do equilíbrio estático e dinâmico, pesquisa de nistagmo e vertigem de posição e vectoeletronistagmografia (VENG). A idade média do grupo estudado foi de 34,5 anos 7,5) e o tempo médio de exposição ocupacional a ruídos foi de 9,9 anos 4,9). Apresentavam queixa de tonturas 55,6 por cento dos pacientes (25 casos) e 66,7 por cento de zumbidos (30 casos). Esses sintomas estiveram associados em 42,2 por cento dos pacientes (l9 casos). O exame VENG evidenciou que 31,1, por cento (l4 pacientes) apresentavam síndrome vestibular periférica irritativa e 13,3 por cento (6 pacientes) síndrome vestibular periférica deficitária, representando uma prevalência total de 44,4 por cento de distúrbios vestibulares. Apresentaram uma maior prevalência de distúrbios vestibulares os pacientes com queixas de tontura (60 por cento) e zumbidos (56,7 por cento), em relação aos que não apresentavam essas queixas. Uma prevalência elevada (73,9 por cento) de distúrbios vestibulares foi observada nos pacientes com associação das queixas de tontura e zumbidos. Observou-se uma tendência de correlação entre o grau de perda auditiva e a prevalência de distúrbios vestibulares, visto que 35,3 por cento (6 casos) dos pacientes com perda Grau I e 50 por cento (11 casos) dos pacientes com perda Grau II apresentavam distúrbios vestibulares, Não foi observada uma tendência de correlação entre a prevalência de distúrbios vestibulares e o tempo de exposição a ruídos. Diante do observado concluímos que parcela relevante dos pacientes com PAIR apresentam alterações de função vestibular